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quarta-feira, novembro 16, 2011

Vivendo em santidade

Vivendo em Santidade

Hebreus 12:12-17

“Portanto levantai as mãos cansadas, e os joelhos vacilantes, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que é manco não se desvie, antes seja curado. Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem; e ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que o buscou diligentemente com lágrimas”. Hebreus 12:12-17

Introdução

A santidade é um princípio fundamental para desfrutarmos de um relacionamento efetivo com o Senhor, um relacionamento no qual somos abençoados e Deus é glorificados em nossas vidas. A Bíblia é enfática quando diz que sem santificação ninguém verá o Senhor. Ser santo é um princípio para a honra, benção, vitória e conquistas permanentes. Sem consagração ainda que tenhamos um momento de suposta alegria, o resultado final será trágico. Neste texto encontramos cinco exortações do Espírito Santo que nos ajudarão a viver em santidade.

1º) Retornar à santidade

A primeira exortação é para que aqueles que estão espiritualmente fracos retornem urgentemente ao caminho da santidade. Hebreus 12: 12, 13 diz assim: "Tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente, antes seja sarado". Isso significa que não é tempo de brincadeira espiritual, tão pouco de estarmos despercebidos ou oscilando como as ondas do mar. A Bíblia nos exorta a voltarmo-nos para Deus; ainda que estejamos fracos, com as mãos cansadas e os joelhos desconjuntados, necessitamos fazer o caminho do retorno à santidade, ao primeiro amor, a fim de que não nos afastemos totalmente do Senhor. Se estivermos fracos, vivendo altos e baixos em nossa fé, Deus nos exorta para que busquemos força nele, somente assim venceremos toda e qualquer fraqueza. Não adianta tentar culpar os outros pelos nossos erros ou procurar um "bode expiatório" para impor as nossas falhas. Nesse processo, precisamos entender que é necessário reconhecer e confessar os nossos erros, pecados, falhas, limitações e fraquezas, nos arrepender, mudar o curso da nossa vida e voltarmos para o Senhor.

Deus não deseja que aquele que está fraco se desvie, mas que seja renovado. Portanto, não permita que a sua alma dite as regras da sua fé. Ela muitas vezes diz: "fique em casa! Não vá ao culto! Não vá à célula! Será que alguém se lembrará de você ou sentirá a sua falta?", mas tudo isso são sugestões da nossa alma que é cheia de manias e caprichos, que tenta nos desviar do propósito do Senhor. Quantas pessoas dizem assim: “eu não vou mais à igreja, nem à célula, vou ver se alguém se lembra de mim, se meu pastor ou meu líder de célula vem me visitar". Precisamos entender que tudo isso é coisa da alma, de desajustes emocionais. Mas Deus não nos chamou para sermos crentes almáticos, muito menos carnais, mas, sim, discípulos espirituais e maduros. Creio que muitos de nós já saímos da dimensão da carne, que era a dimensão que vivíamos quando estávamos no mundo, quando vivíamos praticando as obras da carne descritas em Gálatas 5:16-21, mas nos convertemos ao Senhor e estamos dia a dia mortificando a nossa carne. Porém, muitos de nós ainda estamos no nível da alma, das emoções, do "estou sentindo", de fazer o que nos agrada, de fazer o que sentimos vontade. Muitas pessoas dizem: “não vou orar porque não estou sentindo vontade", ou "não estou sentido vontade de ir ao culto por isso eu não vou hoje" ou "eu só leio a Bíblia quando sinto vontade". Mas a fé não é uma questão de sentir vontade, mas sim, uma questão de decisão da vontade. Imagine se fôssemos para a escola ou para o trabalho apenas quando sentíssemos vontade, como seria a nossa vida. Portanto, precisamos buscar forças em Deus para nos mantermos em pé, pois a Bíblia diz: “Aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia" (I Co 10:12).

Nenhum de nós é forte em si mesmo, nenhum de nós pode se julgar firme o suficiente para ficar sem se alimentar espiritualmente, pois corre o risco de cair. Se até mesmo o Senhor Jesus, mesmo sendo o Filho de Deus, quando estava aqui na terra via a necessidade de alimentar-se do Pai, através de uma vida de adoração, oração, jejum e meditação na Palavra de Deus, quanto mais nós, seres humanos imperfeitos, precisamos ardentemente nos alimentar de Deus, através de uma vida de consagração e entrega total ao Senhor.

2º) Viver em Santidade

Na primeira parte deste texto fomos exortados a retornar à santidade, mas agora somos exortados a viver em santidade. A Bíblia diz assim: "Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor" (Hb 12:14).
Quando nos convertemos a Jesus recebemos a posição de santos. Quando olha para nós Deus diz que somos santos. Esta é a posição que recebemos em Cristo Jesus. Ser santo significa ser consagrado a Deus, separado para Deus e para os seus propósitos. Quando a Bíblia nos chama de santos, não significa que somos impecáveis, pois santidade absoluta é um atributo que pertence somente a Deus, mas, sim, que depois da nossa conversão a nossa vida foi consagrada e dedicada ao Senhor e devemos viver inteiramente para Ele.

Porém, uma coisa é a nossa santidade posicional, outra, é a nossa santidade prática, uma coisa é a santidade que recebemos como nossa posição em Cristo Jesus, outra, é sermos santos em nosso cotidiano. Portanto, devemos ser santos não somente no que diz respeito à posição que nos foi dada por Cristo, mas principalmente em nosso caminhar, em nosso viver diário. Ou seja, se eu já sou santo em minha posição em Cristo, eu preciso ser santo também na minha vida diária. Não podemos nos esquecer de que sem santidade ninguém verá a Deus. Não verá a Deus no seu reino nem verá a Deus agir na sua vida. Portanto, se você quiser experimentar o agir de Deus precisa ser Santo.

Todavia, precisamos compreender que santidade não está diretamente ligada à questão de usos e costumes. Isso não é santidade, está apenas relacionada com a cultura de um determinado povo. A forma que nos vestimos, ou como nos ornamentamos está intimamente ligado à influência cultural do grupo ao qual fazemos parte. Por exemplo, se você faz parte de uma congregação que é conservadora quanto à questão das roupas, então, provavelmente, você se vestirá de forma conservadora, principalmente para ir aos cultos. Porém, se a sua congregação não é tão rigorosa quanto a essa questão, provavelmente, você se vestirá com certa informalidade. Evidentemente, que como servos de Cristo nos vestiremos de maneira que possamos glorificar a Deus com o nosso corpo. Independentemente da igreja que frequentamos, devemos nos vestir de modo a não expor o nosso corpo, mas a honrar a Deus através dele. Porém, usos e costumes não definem o quanto uma pessoa é santa, define apenas a influência cultural que ela recebeu.

Lembro-me de certa vez quando fui a uma loja de roupas, uma senhora se aproximou de mim, enquanto eu olhava algumas calças, ela empostou a voz e disse: "Irmão, estas calças são desbotadas, é pecado usar esse tipo de calça. Eu não uso esse tipo de roupas, porque é pecado". Fiquei quieto enquanto aquela irmã falava, e uma compaixão surgiu no meu coração por ela. De fato ela não compreendia o que é santidade, o conceito que ela tinha sobre vida santa era totalmente distorcido e desalinhado com a verdade da Palavra. Santidade é uma vida que em tudo agrada ao Senhor.
Darei alguns exemplos práticos de viver em santidade em nosso dia a dia: Tratar bem ao cônjuge, criar os filhos no temor do Senhor, Não falar mal das pessoas, não se envolver com imoralidade sexual, manter os pensamentos em obediência a Cristo, honrar com a sua palavra, separar tempo para estar a sós com Senhor, estender a mão ao necessitado etc., tudo isso faz parte de uma vida consagrada a Deus. Portanto, santidade é viver em todo tempo se esforçando para em tudo agradar e obedecer ao Senhor de acordo com a verdade revelada na Palavra de Deus.

3º) Desfrutar da Graça de Deus

“Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus..." (V.15a). O que é a graça de Deus? É o seu favor imerecido. Isso significa que se nós cometemos algum pecado, ainda há esperança para nós. Existe graça, existe a possibilidade de perdão. Se nós experimentarmos um profundo arrependimento, a graça de Deus nos alcançará e seremos restaurados. A Bíblia nos diz em provérbios 28:13: "Aquele que encobre sua transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia." A graça de Deus é maravilhosa, ela é melhor que a vida. É por isso que Deus nos exorta a não nos privar da graça. Não podemos fugir da graça e nem viver uma vida sem graça. A Palavra de Deus nos ensina em I Jo 2:1 "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo". A Bíblia nos ensina a não pecar, pois o pecado nos priva da comunhão com Deus. Um verdadeiro filho de Deus não vive na prática do pecado, nem faz dele um hábito em sua vida. Porém, se por um deslize cometemos algum pecado, não podemos nos desesperar ao ponto de acreditarmos que é o fim de tudo, que já não tem mais solução para a nossa vida, ou cairmos da graça e nos afastarmos totalmente do Senhor. Não podemos permitir que isso aconteça, pois, temos advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Por causa do sacrifício de Jesus, não precisamos mais ser dominados pelo pecado. Isto significa que se você vier a Cristo, arrependido, e confessar o seu pecado, a graça de Deus alcançará a sua vida e você será completamente perdoado e purificado. A Palavra de Deus nos diz: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (I Jo 1:9).

A graça de Deus é o melhor presente que você tem. É o favor que você não merece, mas que Deus livremente lhe concede. É pela graça que somos chamados, salvos, perdoados, justificados, santificados em Cristo. É pela graça que Deus abençoa-nos, nos cura, nos supre em nossas necessidades, nos concede o privilégio de sermos usados por ele no santo ministério, nos dá dons espirituais etc. Ou seja, todas as dádivas de Deus liberadas sobre a nossa vida é resultado da graça de Deus e não de sermos merecedores. Portanto, nunca chegue diante de Deus, para pedir as suas bênçãos, se justificando a si mesmo, exaltando os seus méritos ou tentando mostrar para ele o quanto você é merecedor. Mas, chegue diante dele clamando por sua graça e misericórdia, assim você será abençoado e justificado. Se nos aproximarmos de Deus e tentarmos alcançar alguma bênção com base em nossa bondade estaremos perdidos. Deus nos abençoa não porque somos bons, mas porque ele é bom. Essa verdade é ilustrada por Jesus na parábola do fariseu e do publicano – cobrador de impostos (Lc 18: 9-14).
“Para alguns que se julgavam bons, estavam satisfeitos com a sua condição moral e olhavam de nariz empinado para o povo simples, Jesus contou essa história: ‘Dois homens foram ao templo para orar, um fariseu e um cobrador de impostos. O fariseu cheio de pose orava: ‘Oh, Deus! Sou grato por não ser como esse bando de ladrões, trambiqueiros, adúlteros, ou como este cobrador de impostos. Sabes que jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de toda a minha renda’. Enquanto isso, o cobrador de impostos, de cabeça baixa num canto, com as mãos no rosto, não ousava nem olhar para cima. Apenas dizia: Deus, tem misericórdia! Perdoa este pecador.” Jesus comentou: “Quem voltou para casa justificado diante de Deus foi o cobrador de impostos, não o outro. Se você andar por aí de nariz empinado, vai acabar de cara no chão, mas se com humildade enxergar quem você é, acabará se tornando uma pessoa melhor”. (Lc 18: 9-14 A Mensagem).

4º) Eliminar a amargura

“... Que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos”. (Hb 12:15b NVI). Há um adágio popular que diz: “Arranque o mal pela raiz”. Isso expressa uma tremenda realidade, pois quando se trata do que é mal não podemos deixar nem um pedacinho de raiz sob o risco de que o mal torne a nascer. Em relação à amargura não é diferente, é preciso eliminá-la pela raiz, pois se ficar raiz, por menor que seja, o diabo pode levantar alguma situação para fazê-la brotar e crescer, e isso contaminará tanto a você quanto aos outros. A graça de Deus nos ajuda a arrancar de dentro de nós a amargura, que é contrária à santidade porque é uma transgressão a lei do amor. Quando a amargura cresce, dentro de pouco tempo ela pode arruinar a sua vida e a vida de outras pessoas. É por isso que não podemos permitir que a amargura crie raízes dentro de nós.


“É normal ficar com raiva. É claro que todos sentem raiva. Mas não alimentem vingança no coração. Não deixem que a raiva domine muito tempo. Resolvam o problema antes de dormir. Não deem mole para o Diabo! Não deixem que ele prejudique a vida de vocês” (Ef 4:26,27 A Mensagem).

Você não pode permitir que a sua raiva passe de um dia para o outro, pois se isso acontecer ela pode se transformar em amargura, criar raízes, brotar, crescer o tronco, os galhos e por fim produzir os frutos nocivos do ódio, do ressentimento, do rancor e da vingança.

Por isso, se você precisa perdoar alguém, perdoe! Se alguém falou mal de você ou fez qualquer outra coisa que te magoou, você pode até ficar com raiva no momento, mas não deixe que este sentimento fique em seu coração por muito tempo. Perdoe esta pessoa imediatamente. Santidade também envolve perdoar aqueles que nos ofenderam. Perdoe seu cônjuge, seus pais, seus filhos, seus familiares, seus vizinhos, seus colegas de trabalho ou quaisquer outras pessoas que tenham feito alguma coisa que te machucou.
O perdão é uma decisão da vontade, assim como o amor também o é. Nós decidimos amar ou não, assim como decidimos perdoar ou não. Muitos de nós víamos o amor apenas como um sentimento, cheio de fantasia e poesia. Mas o amor, assim como o perdão, é mais que cordialidade ou afeição humana, é amar os outros como Cristo nos amou, e isto só é possível mediante a graça de Deus em nós. Isso, porém, exige a decisão da nossa vontade, o que significa que você precisa ser resoluto na questão do perdão, pois se não decidir perdoar, você não vai conseguir fazer isso nunca.

Existem pessoas que estão presas à amargura por coisas que aconteceram há muito tempo. Conheci uma irmã que nutria um ressentimento muito forte pelo marido dela. Há muitos anos, antes de se converterem, ele havia se envolvido num caso extraconjugal. Quando a esposa descobriu passou a ter muito ódio do marido. Mais de dez anos se passaram, e ambos fizeram um compromisso de servir a Jesus, no entanto aquela mulher não liberava o perdão para o seu marido, e mesmo morando na mesma casa não lhe dirigia a palavra, ainda que o esposo mostrasse sinais de profundo arrependimento e buscasse continuamente o seu perdão.
Não estou dizendo que seja fácil perdoar, principalmente em casos tão extremos quanto esse, porém precisamos decidir fazê-lo mediante a graça de Deus, porque se assim não procedermos a nossa vida se tornará um tormento, um fardo que nem nós mesmos seremos capazes de suportar.

Quando você perdoa não sente mais dor ao se lembrar do que ocorreu. Por exemplo, muitos de nós quando éramos crianças brigamos muitas vezes com os nossos amigos ou colegas de escola, por questões bobas e sem nenhuma relevância. Porém, hoje, quando nos lembramos desses acontecimentos até achamos engraçado. Às vezes temos a oportunidade de reencontrar com os amigos da infância, e entre uma conversa ou outra, nos lembramos de algumas dessas brigas, e damos boas risadas juntos. Você compreende? Nós não nos esquecemos do que aconteceu, mas quando lembramos não sentimos nenhuma dor, mágoa, ou ressentimento, ao contrário, muitas vezes enxergamos todas aquelas divergências infantis como algo extremamente cômico. Isso é o que acontece quando você perdoa. Você pode até lembrar-se do que ocorreu, mas não sentirá dor, mágoa, nojo, ou ressentimento (aliás, ressentimento significa sentir de novo, isto é, sentir novamente a mesma dor e sofrimento que você sentiu quando foi ofendido). Mas quando você perdoa experimenta uma paz abundante dentro do seu coração. Perdoar é a benção de não ressuscitar novamente a dor do passado.

Não podemos permitir que a raiz de amargura cresça em nosso coração. Se estivermos nutrindo dentro de nós algum tipo rancor, precisamos pedir perdão a Deus, pois guardar ódio no coração é pecado. Além disso, precisamos pedir ao Senhor que nos ajude a perdoar, que limpe o nosso coração, arrancando pela raiz toda a amargura, e por último, devemos tomar a firme decisão de perdoar. Não que Isso seja fácil, mas se formos resolutos conseguiremos mediante graça do Senhor Jesus.

Ore por aqueles te fizeram mal, coloque-os diante do Senhor. Porém, não ore por vingança, mas peça ao Senhor que tenha misericórdia da vida deles, que os perdoe, que abra os seus olhos espirituais, a fim de que enxerguem o pecado que cometeram, arrependam-se e encontrem a graça de Deus.

O espírito de vingança não pode fazer parte da vida daqueles que são discípulos do Senhor. Vejamos o que Jesus nos ensina sobre isso em sua Palavra:

“Ora, quando se completavam os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém. Enviou, pois, mensageiros adiante de si. Indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos para lhe prepararem pousada. Mas não o receberam, porque viajava em direção a Jerusalém. Vendo isto os discípulos Tiago e João, disseram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir [como Elias também fez?] Ele porém, voltando-se, repreendeu-os, [e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.] [Pois o Filho do Homem não veio para destruir as vidas dos homens, mas para salvá-las.] ” (Lc 9:51-56). Portanto, não devemos orar pedindo a Deus que faça descer fogo do céu para consumir os nossos inimigos (embora essa seja a vontade da nossa carne), pois ele não nos ouvirá.

“Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo? Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial” (Mt 5:44-48).

Precisamos lutar para viver esse evangelho. Porém, o que está sendo mostrado aqui não é um caminho fácil, é o caminho da cruz. É sentir as farpas da cruz entrar em nossas mãos, é sentir os cravos. É crucificar a nossa natureza carnal na cruz de nosso Senhor. É viver como disse o apóstolo Paulo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2:20). É assumir a nossa cruz diariamente como nos ensinou Jesus: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9:23). “Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo” (Lc 14:27). Quem disse que é fácil ser discípulo de Jesus! Mas, quando em obediência cumprimos a Palavra de Deus somos ricamente abençoados.

Portanto, decida hoje vencer a amargura, pois guardá-la em seu coração é carregar um fardo pesado demais para você. Se insistir em não perdoar o seu coração ficará cada vez mais angustiado, atribulado e cheio de conflito, e não é isso que Deus deseja para a sua vida, ele quer que você tenha paz.

5º) Vencer a imoralidade

“Que não haja nenhum imoral ou profano, como Esaú, que por uma única refeição vendeu os seus direitos de herança como filho mais velho. Como vocês sabem, posteriormente, quando quis herdar a benção, foi rejeitado; e não teve como alterar a sua decisão, embora buscasse a benção com lágrimas” (Hb 12:16-17)

A imoralidade profana o nosso corpo que é o templo do Espírito Santo. A Bíblia nos diz que Esaú foi imoral e profano, pois trocou a sua herança (a benção da primogenitura) pelo prazer proporcionado por uma refeição. É claro que o ser humano alimenta-se não apenas por necessidade, mas também por prazer. Nós sentimos prazer em degustar uma refeição saborosa, se não fosse assim, nos contentaríamos em comer diariamente apenas uma ração nutritiva, ainda que insípida. É errado comer uma refeição saborosa? Claro que não! Porém nada que é terreno, por mais legítimo que seja, pode substituir as bênçãos espirituais. Foi exatamente isso que Esaú fez, trocou a primogenitura por um “prato de comida”.

“Jacó havia feito um guisado, quando Esaú chegou do campo, muito cansado; e disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou muito cansado. Por isso se chamou Edom [vermelho]. Respondeu Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura. Então replicou Esaú: Eis que estou a ponto e morrer; logo, para que me servirá o direito de primogenitura? Ao que disse Jacó: Jura-me primeiro. Jurou-lhe, pois; e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó. Jacó deu a Esaú pão e o guisado e lentilhas; e ele comeu e bebeu; e, levantando-se, seguiu seu caminho. Assim desprezou Esaú o seu direito de primogenitura” (Gn 25:29-30).
Esaú trocou a benção por um prazer momentâneo, ele não valorizou a sua herança espiritual, na verdade ele desprezou-a. Quantas pessoas em nossos dias agem como Esaú, deixando de valorizar as bênçãos espirituais. Muitos estão substituindo-as por prazeres momentâneos.

Quando não reconhecemos a herança espiritual que temos em Cristo Jesus, corremos o risco de cometermos o mesmo erro de Esaú.

A Bíblia diz que nós já fomos abençoados por pertencermos a Cristo, é por isso que o inimigo tenta em todo tempo colocar em nosso caminho coisas aparentemente atrativas para nos desviar do foco que é Cristo. Desde o início foi assim, todos que aceitaram a sugestão de satanás trocaram bênçãos espirituais por prazeres efêmeros. Adão e Eva substituíram a comunhão com Deus e a vida eterna pelo fruto da arvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 3), Esaú trocou a herança espiritual por uma simples refeição, Judas deixou Jesus por trinta moedas de prata (Mt 26:14-16), Demas abandonou o apóstolo Paulo e o discipulado por causa do amor ao mundo (II Tm 4:10) etc.
Todos eles já tinham a benção assegurada, mas por não valorizarem-na foram enganados e trocaram-na por coisas passageiras. É por isso que precisamos ser vigilantes, pois nós já possuímos bênçãos espirituais em Cristo, você entendeu? Deus já nos abençoou por estarmos aliançados com o Senhor Jesus. No capítulo 1 de efésios, o apóstolo Paulo nos mostra algumas das bênçãos que já temos em Cristo:

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a redenção dos nossos delitos, segundo as riquezas da sua graça, que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs para a dispensação da plenitude dos tempos, de fazer convergir em Cristo todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra, nele, digo, no qual também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade, com o fim de sermos para o louvor da sua glória, nós, os que antes havíamos esperado em Cristo; no qual também vós, tendo ouvido a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória” (Ef 1:3-14 – grifos do autor).

Deu para perceber quantas bênçãos já possuímos em Cristo? E isso é o registro apenas de um texto bíblico, imagine todas as outras que estão contidas na Bíblia inteira. Não podemos desprezá-las. Não podemos trocá-las por prazeres momentâneos, ou substituí-las por alegrias mundanas, por mais atrativas que pareçam ser. Se menosprezarmos as bênçãos de Deus, como aconteceu com Esaú, talvez não tenhamos outra oportunidade. Por isso devemos prestar bastante atenção nas palavras de Jesus: “Venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3:11).

Conclusão
O Senhor deseja que tenhamos uma vida santa, pois santidade faz parte da própria natureza dele. Foi ele mesmo quem disse: “E sereis para mim santos; porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus” (Lv 20:26). Esse é o motivo para sermos santos, somos de Deus. Ele nos chamou para vivermos em sua presença, ele nos comprou com o sangue do seu próprio Filho, e nos deu o privilégio de sermos maravilhosamente abençoados com todas as sortes de bênçãos espirituais. É, por isso, que devemos consagrar-lhe toda a nossa vida e viver para agradá-lo. Porém, se, por algum motivo, nos afastamos desse caminho de santidade, retornemos urgentemente para ele, e vivamos nele, experimentando a cada dia a graça de Deus que arranca dos nossos corações toda raiz de amargura e rompe as cadeias da imoralidade que profanam a nossa vida como santuário de Deus. Portanto, “diante de promessas tão animadoras, queridos amigos, vamos nos livrar de tudo que nos distraia ou contamine, seja por dentro, seja por fora. Que a nossa vida esteja em forma e que sejamos templos santos para o culto a Deus”. (II Co 7:1 – A Mensagem)

Por:
Josivaldo S. Oliveira

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