O PODER DA RESSURREIÇÃO - 1 CORÍNTIOS 15
Por Josivaldo Oliveira
“Irmãos, quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no qual estão firmes. Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão.”
— 1 Coríntios 15.1-2
ORAÇÃO:
Pai querido, essa é a Tua bendita Palavra que acabamos de ler. Pedimos ao Senhor que o Teu Espírito Santo fale ao nosso coração através dela. Que por meio da Tua Palavra sejamos edificados, ministrados, orientados, corrigidos, transformados, encorajados e cheios de fé, de esperança e do Teu Espírito. Ministra-nos e fala ao nosso coração. No nome poderoso de Jesus, amém.
Um Problema em Corinto
O capítulo 15 da Primeira Carta aos Coríntios é uma resposta do Espírito Santo, através do apóstolo Paulo, ao problema da incredulidade de alguns crentes daquela igreja com relação à ressurreição dos mortos.
Corinto ficava na Grécia, e muitos gregos, principalmente os filósofos, não acreditavam na ressurreição do corpo. Para eles, a matéria era essencialmente má. A morte, portanto, significava libertação — uma bênção — pois, na visão grega, o corpo era uma prisão da alma.
Assim, ainda que alguns coríntios convertidos cressem na ressurreição de Jesus, não acreditavam que os crentes também ressuscitariam fisicamente. Eles criam que Jesus havia ressuscitado, mas não que os corpos dos santos seriam igualmente ressuscitados.
Paulo então escreve este texto para afirmar com toda clareza que tanto a ressurreição de Cristo quanto a dos que creem Nele são realidades incontestáveis. São verdades eternas para aqueles que servem ao Senhor.
A Essência do Evangelho
Logo no início do capítulo, Paulo afirma:
“Irmãos, quero lembrar-lhes o evangelho que lhes preguei, o qual vocês receberam e no qual estão firmes. Por meio deste evangelho vocês são salvos, desde que se apeguem firmemente à palavra que lhes preguei; caso contrário, vocês têm crido em vão.”
A palavra evangelho significa boas novas. E é disso que Paulo está falando — das boas notícias que ele pregou, que os irmãos receberam, nas quais estavam firmes, e pelas quais foram salvos.
E que boas novas são essas?
Ele resume em seguida: são as boas novas de que Deus proveu salvação para todo aquele que crê, por meio da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo. A morte de Jesus, o Seu sepultamento e a Sua ressurreição trouxeram redenção, salvação, justificação — tudo isso, para todo aquele que crê.
As Boas Novas da Cruz
As boas novas nos dizem que nossos pecados foram perdoados pelo sangue de Jesus, derramado na cruz. Que podemos ser reconciliados com Deus por meio do sacrifício de Seu Filho. Que temos esperança, mesmo diante da morte, porque assim como Deus ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos, também nós seremos ressuscitados.
Essas são as verdadeiras boas notícias. Não as do mundo — que mudam a cada dia — mas as boas novas eternas de Deus, chamadas de evangelho.
O Evangelho é Poder de Deus
O apóstolo Paulo declara em Romanos 1.16:
“Eu não me envergonho do evangelho, porque ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro do judeu, depois do grego.”
Paulo nos mostra que o evangelho é poder de Deus para salvar todo aquele que crê. Todo aquele que crê nessas boas novas recebe salvação.
E o que está incluído na salvação?
Inclui o novo nascimento. Inclui ser transformado em nova criatura. Inclui ser salvo da condenação eterna. Inclui ter o nome escrito no Livro da Vida. Inclui ter certeza de vida após a morte — uma vida de qualidade, uma vida eterna com Deus.
Tudo isso está contido nessa poderosa Palavra: salvação.
E tudo isso está à disposição de quem crê. Quem crê no evangelho, crê no poder de Deus. E quem crê no poder de Deus, é salvo.
Paulo continua, então, no versículo seguinte dizendo:
“Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; e apareceu a Pedro e, depois, aos doze. Depois disso, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois, apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos. Por último, depois de todos, apareceu também a mim, como a um que nasceu fora do tempo. Pois sou o menor dos apóstolos, e nem sequer mereço ser chamado apóstolo, porque persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a sua graça para comigo não foi inútil. Antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo. Portanto, quer tenha sido eu, quer tenham sido eles, é isto que pregamos, e é isto que vocês creram.” (1 Coríntios 15:3-11)
Paulo está falando aqui sobre a pregação da ressurreição de Jesus Cristo — o centro do evangelho. E ele começa dizendo algo fundamental: “O que eu entreguei a vocês foi aquilo que recebi.” Ele resume, então, essa mensagem poderosa que o alcançou, salvou e transformou: a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus Cristo.
Segundo as Escrituras
Esses eventos não ocorreram por acaso. Tudo aconteceu conforme as Escrituras. Quando Paulo afirma: “Cristo morreu segundo as Escrituras”, ele está se referindo aos textos do Antigo Testamento que já apontavam para a morte do Messias.
Um dos mais claros é Isaías 53, mas não apenas ele. Desde Gênesis 3:15, quando Deus sentencia a serpente dizendo:
“Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar”. (Gênesis 3:15)
já vemos o prenúncio da cruz.
Esse versículo, conhecido pelos teólogos como proto evangelho, é a primeira menção à vitória final de Cristo. Ferir o calcanhar significa o sofrimento causado pela crucificação — um sofrimento real, mas passageiro. Já esmagar a cabeça representa a vitória definitiva sobre Satanás.
Ainda no Gênesis, vemos quando Adão e Eva tentam se cobrir com folhas de figueira. Mas o Senhor lhes faz vestes de peles — o que implica um sacrifício. Um animal inocente foi morto para cobrir a vergonha do homem. Aquilo já era uma figura do sacrifício de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
“O Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher”. (Gênesis 3:21).
Todas as Sombras Apontavam para Ele
Todos os sacrifícios do Antigo Testamento eram sombras daquilo que haveria de vir: o sacrifício único e perfeito de Jesus.
Por isso, quando João Batista vê Jesus vindo em sua direção, declara:
“Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” (João 1:29)
Todos os cordeiros sacrificados no templo, todos os rituais, todas as vestes — tudo apontava para Ele. “Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado. Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo”. (Colossenses 2:16,17).
O Sepultamento e a Profecia
Paulo também declara que Jesus foi sepultado segundo as Escrituras. E mais uma vez, Isaías 53 nos ajuda a compreender:
“Designaram-lhe a sepultura com os ímpios, mas com o rico esteve na sua morte...” (Isaías 53:9)
Isso se cumpriu literalmente: Jesus morreu entre dois ladrões e foi sepultado no túmulo novo de José de Arimateia, um homem rico e influente.
A Ressurreição Profetizada
E, finalmente, Paulo afirma que Jesus ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Talvez alguém diga:
— “Mas Josivaldo, eu já li o Antigo Testamento inteiro e não encontrei nenhuma profecia direta sobre a ressurreição.”
De fato, algumas profecias são mais simbólicas. Mas há textos proféticos claros que apontam para essa verdade. Um dos mais poderosos é a história do sacrifício de Isaque.
Abraão leva seu filho ao monte Moriá, crendo que Deus proveria o cordeiro. E, no momento do sacrifício, a voz do céu o impede:
“Agora sei que temes a Deus, pois não me negaste teu único filho.”
Em seguida, um cordeiro preso pelos chifres é visto entre os arbustos. Isaque, então, é poupado — e o autor de Hebreus diz que foi como se ele tivesse sido recobrado dos mortos.
“Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho,embora Deus lhe tivesse dito: "Por meio de Isaque a sua descendência será considerada". Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos”. (Hebreus 11:17-19).
Essa história é uma tipologia clara de Cristo: o Filho amado, carregando a madeira do sacrifício, subindo o monte, sendo entregue — e, ao terceiro dia, ressuscitando. Tudo isso já estava nas Escrituras.
Tudo Isso Ele Fez Por Mim e Por Você
Por isso, Paulo afirma com toda convicção:
“Cristo morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras, foi sepultado segundo as Escrituras, e ressuscitou ao terceiro dia segundo as Escrituras.”
E tudo isso — tudo isso — Ele fez por mim e por você.
Glória a Deus! Que essa verdade continue a nos sustentar e nos transformar. Aleluia!
A Evidência da Ressurreição
O texto continua dizendo, a partir do versículo 5, sobre as aparições de Jesus após a ressurreição. Aqui vemos uma poderosa evidência de que Cristo verdadeiramente ressuscitou: a evidência das testemunhas.
Paulo afirma que muitas pessoas viram Cristo ressurreto. E o mais impactante é que, quando ele escreveu esse texto, muitas dessas pessoas ainda estavam vivas.
Ele escreve:
"E apareceu a Pedro, depois aos doze. Depois disso, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez..."
Note: não há como isso ter sido uma alucinação coletiva. Ele apareceu ressurreto para Pedro. Apareceu ressurreto aos doze. Apareceu ressurreto para mais de quinhentas pessoas em um único momento, em uma aparição pública.
O texto segue dizendo que Ele também apareceu a Tiago, e depois a todos os apóstolos — ou seja, àqueles que não estavam entre os doze originais. E por fim, Paulo diz algo tremendo:
"Depois destes todos, apareceu também a mim."
O Encontro de Paulo com Cristo Ressurreto
Paulo teve um encontro com o Cristo ressurreto no caminho de Damasco, quando seguia para perseguir a Igreja. Está lá em Atos, capítulo 9. O texto diz que, no meio do caminho, ele teve uma visão gloriosa do Senhor.
E Jesus lhe disse:
— "Saulo, Saulo, por que me persegues?"
— "Quem és tu, Senhor?", Paulo respondeu.
— "Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões."
Naquele momento, Paulo cai do cavalo e fica cego por três dias. Uma conversão sobrenatural. Um encontro real com o Cristo vivo. Ali, ele viu o Senhor ressurreto.
Em outras palavras ele estava dizendo:
"Eu também fui testemunha ocular do Cristo ressurreto. Sou como alguém que nasceu fora do tempo. Sou o menor dos apóstolos. Nem sequer sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou."
A Consciência da Graça
Isso é maravilhoso! Paulo reconhece que foi alcançado pela graça. Ele teve a revelação do Cristo vivo, do Cristo ressurreto, única e exclusivamente pela graça de Deus.
Ele diz:
"Não sou digno de ser chamado apóstolo... mas pela graça de Deus, sou o que sou."
Talvez nós o consideremos o maior dos apóstolos — e com razão —, mas ele mesmo se via como o menor. E isso é humildade. É consciência da graça.
E nós, como cristãos, também precisamos reconhecer isso. Somos o que somos pela graça. Não há mérito algum em nós mesmos. A única coisa que realmente temos é a graça de Deus.
Somos salvos pela graça.
Somos perdoados pela graça.
Somos reconciliados com o Pai pela graça.
Somos abençoados, transformados e sustentados pela graça.
Se há algo bom em nós, é a graça. Não vem de nós. Glória a Deus!
O Poder da Ressurreição
Paulo segue dizendo:
"Trabalhei mais do que todos eles. Preguei mais do que todos eles. Mas não fui eu, foi a graça de Deus comigo."
Quando entendemos a graça, entendemos que tudo o que fazemos no Reino não é por mérito nosso. É pela graça que nos impulsiona. A graça é o combustível. É ela que nos dá poder, não apenas para sermos salvos, mas para vivermos essa salvação com integridade.
Paulo reconhecia isso. E é por isso que ele afirma com tanta convicção que a ressurreição de Jesus Cristo é a base, o fundamento da ressurreição de todo aquele que crê.
Uma Esperança Viva
Deixe-me dar uma boa notícia para você: eu e você, que cremos no Senhor Jesus, não precisamos temer a morte. A vida, para nós, não termina aqui.
Há esperança de vida eterna.
Há esperança de ressurreição!
A Bíblia fala disso em todo o Novo Testamento. E Paulo escreveu esta carta — especialmente o capítulo 15, um dos mais longos — para falar exatamente sobre isso: a ressurreição de Cristo e como ela é o alicerce da nossa própria ressurreição.
A Centralidade da Ressurreição
O apóstolo Paulo continua seu argumento com firmeza e convicção ao dizer, no versículo 12:
“Ora, se está sendo pregado que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como alguns de vocês estão dizendo que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, então nem Cristo ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é inútil a nossa pregação, como também é inútil a fé que vocês têm. Mais que isso: seremos considerados falsas testemunhas de Deus, pois contra Ele temos testemunhado que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. Mas, se de fato os mortos não ressuscitam, então Ele também não ressuscitou a Cristo. Pois, se os mortos não ressuscitam, nem mesmo Cristo ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e vocês ainda estão em seus pecados. Neste caso, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão. Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dentre aqueles que dormem.” (1Co 15.12–20)
A Incredulidade em Corinto
O que Paulo está fazendo aqui é refutar uma dúvida que havia entre alguns membros da igreja de Corinto. Por influência da filosofia grega, muitos não criam na possibilidade da ressurreição do corpo. Eles acreditavam em uma imortalidade da alma, mas rejeitavam a ideia de que os mortos poderiam ressuscitar corporalmente.
Paulo, então, os confronta com uma lógica irrefutável: “Se vocês creem que Cristo ressuscitou, como podem negar a ressurreição dos mortos?”
E, se vocês não creem na ressurreição dos mortos, então nem mesmo Cristo ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, várias consequências graves se seguem.
As Consequências de uma Fé Vazia
Primeiramente, se Cristo não ressuscitou, a fé de vocês é inútil. Estão crendo em um homem morto, em um líder sepultado, em um salvador que não venceu a morte.
Mas a fé da igreja não se baseia em um Deus morto. A fé da igreja se fundamenta no Deus vivo, no Deus que venceu a morte, que reina, que ouve, que opera, que transforma!
Se Jesus não ressuscitou, então estamos todos ainda perdidos em nossos pecados. Pois como um salvador morto poderia nos salvar? Como alguém vencido pela morte poderia nos redimir da morte?
E, além disso, se Ele não ressuscitou, somos falsas testemunhas, porque estamos dizendo que Deus o ressuscitou — algo que, nesse caso, não seria verdade.
Paulo vai estruturando seu argumento com clareza e firmeza. E ele conclui dizendo:
“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos!”
A Certeza da Ressurreição
Essa é a certeza do evangelho. A convicção que sustenta a nossa fé: Cristo vive!
No verso 20, Paulo declara:
“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo Ele as primícias dentre aqueles que dormem.”
Mas o que significa essa expressão — primícias dos que dormem?
Por que Cristo é as Primícias?
Talvez você pergunte: “Mas Josivaldo, não houve outras pessoas que ressuscitaram antes de Jesus?”
Sim, houve.
No Antigo Testamento, por exemplo, o profeta Eliseu orou e um menino ressuscitou (2 Reis 4:18-37). Em outra ocasião, “...enquanto alguns israelitas sepultavam um homem, viram de repente uma dessas tropas; então, jogaram o corpo do homem no túmulo de Eliseu e fugiram. Assim que o cadáver encostou nos ossos de Eliseu, o homem voltou à vida e se levantou”. (2 Reis 13:21).
No Novo Testamento, vemos também alguns milagres. Jesus ressuscitou a filha de Jairo, aquela menina de 12 anos (Marcos 5:21-43). Ele também ressuscitou Lázaro, como está relatado no capítulo 11 do evangelho de João.
Então, por que o texto diz que Cristo é as primícias?
Porque todos esses que ressuscitaram, morreram novamente. Lázaro ressuscitou, mas depois morreu de novo. A menina ressuscitou, mas morreu de novo. Aqueles outros que voltaram à vida também enfrentaram a morte mais uma vez.
Mas Cristo ressuscitou para nunca mais morrer!
Essa é a diferença. Por isso Ele é chamado de “as primícias dos que dormem”. Ele é o primeiro dentre todos os que ressuscitarão para viver eternamente.
Nossa Esperança Está Viva
Jesus não apenas venceu a morte — Ele a derrotou definitivamente. E é por isso que a Sua ressurreição é o fundamento da nossa esperança.
Se estamos em Cristo, a morte não é o fim. Há vida além do túmulo. Há ressurreição para aqueles que creem. A ressurreição de Jesus é a garantia de que, um dia, também nós seremos ressuscitados — para nunca mais morrer.
A Ressurreição e a Nova Vida
Quando experimentarmos a ressurreição, por ocasião da volta de Jesus, nunca mais haverá morte, irmãos. A nova vida que Deus preparou para nós é um lugar onde não há morte, não há luto, não há tristeza, não há dor. Não há lágrimas, sofrimento, doença, enfermidade ou envelhecimento.
Você não vai precisar se preocupar com o envelhecimento. A Bíblia declara que todo crente em Cristo terá um corpo glorificado. Todo aquele que está em Cristo ressuscitará com um corpo transformado. Glória a Deus!
Então, todos nós experimentaremos essa ressurreição. Você crê nisso? Essa ressurreição é para mim e para você que crê no evangelho. Aleluia!
A Morte por Adão, a Vida por Cristo
O texto continua dizendo, a partir do verso 21:
“Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, o primeiro; depois, quando ele vier, os que lhe pertencem. Então virá o fim, quando ele entregar o Reino a Deus, o Pai, depois de ter destruído todo domínio, autoridade e poder. Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte. (1 Coríntios 15:21-26)
Diga: “Glória a Deus! O último inimigo a ser destruído é a morte.”
A Queda de Adão e Suas Consequências
Agora, observe o que o texto sagrado afirma. No verso 21, lemos que a morte veio por um só homem. Quem foi ele? Adão. Adão era o representante de toda a raça humana. Sendo o pai da humanidade, quando ele morreu espiritualmente, todos nós morremos com ele.
Por isso, herdamos a morte. Infelizmente, por conta de Adão, todos experimentamos a realidade da morte. Deus havia dito a ele: “E o Senhor Deus ordenou ao homem: “Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá”. (Gênesis 2:16,17).
E essa palavra “certamente” significa com certeza absoluta.
Quando o homem desobedeceu, quando declarou independência de Deus e cortou sua ligação vital com o Criador, ele começou a experimentar o processo da morte. Talvez alguém diga: “Mas, Josivaldo, Adão não morreu imediatamente. Ele viveu muitos e muitos anos.” Sim, mas o processo da morte foi ativado nele.
O Processo da Degeneração
Ele entrou em um processo de degeneração — e isso continua até hoje. Nosso corpo está em constante deterioração. As células se degeneram, o corpo envelhece. Experimentamos a oxidação. E, por mais que tentemos adiar isso com exercício físico, alimentação saudável, e outros recursos, nunca uma pessoa de 100 anos será como uma de 20.
Por quê? Porque o corpo está em um processo de morte. Isso é herança de Adão.
Em Cristo, Todos Serão Vivificados
Mas tem uma notícia boa para você. O texto diz: “... também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem...”
Adão falhou no Éden, Jesus venceu no deserto. Adão caiu no jardim, Jesus triunfou na cruz. Ele veio como o novo representante da humanidade, e todos os que creem nele, 100% dos que confiam em seu nome, experimentarão a ressurreição.
Por isso Paulo declara: “Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados”. (1 Coríntios 15:22).
A Ordem da Ressurreição
Agora, Paulo começa a explicar como isso acontece. Ele mostra que a ressurreição não acontece toda de uma vez. Há um processo, uma ordem.
Ele diz:
“Primeiro, Cristo.”
Isso já aconteceu. O primeiro a experimentar a ressurreição foi Jesus. Ele é chamado de “as primícias dentre aqueles que dormiram.” — ou seja, o primeiro a ressuscitar para nunca mais morrer.
Depois, na sua vinda, todos aqueles que lhe pertencem, todos que são propriedade do Senhor, todos que entregaram sua vida a Cristo, também ressuscitarão.
A ressurreição acontece em etapas. Cristo primeiro (isso já aconteceu), e depois, quando ele vier, todos os seus ressuscitarão por meio dele. Glória a Deus!
A Primeira Ressurreição
O apóstolo Paulo também fala sobre a ressurreição dos cristãos em 1 Tessalonicenses, 4:16-18. Ele declara:
“Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns aos outros com estas palavras”.
Preste atenção: Paulo afirma que os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Ou seja, participarão da primeira ressurreição, aquela que acontecerá por ocasião da volta de Jesus.
Irmãos, quando Cristo voltar, bilhões e bilhões de pessoas vão ressuscitar — todos os que morreram crendo no Evangelho, todos os que entregaram suas vidas ao Senhor. Eles ressuscitarão num abrir e piscar de olhos. E os que estiverem vivos, naquele momento glorioso, terão seus corpos transformados também num piscar de olhos e, juntos, serão arrebatados para encontrar com o Senhor. Glória a Deus!
A Ressurreição dos Não-Crentes
Agora, a ressurreição dos que não creram em Cristo acontecerá muito tempo depois. Alguns estudiosos entendem que será ao final do milênio — como está escrito em Apocalipse, capítulo 20. Depois desses mil anos, quando Satanás será solto por um breve período para enganar as nações, acontecerá a ressurreição dos ímpios.
Mas Jesus disse algo muito importante:
“Felizes e santos os que participam da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles; serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante mil anos”. (Apocalipse 20:6)
Para esses, não haverá mais dor, nem lágrimas, nem sofrimento. Para esses, será vida eterna, vida com qualidade, vida plena na presença do Senhor. E o Senhor enxugará dos seus olhos toda lágrima. Nem mesmo haverá lembrança das dores passadas. Tudo se fará novo, completamente novo — na sua vida e na minha também!
Vivendo com Esperança
Nós precisamos viver com essa esperança. Deus tem coisas grandes para nós aqui na terra, sim! Há sonhos, projetos, ministérios, famílias, realizações... tudo isso é maravilhoso. Mas a nossa vida aqui passa rápido. Hoje, o máximo que se vive são cento e poucos anos. Agora, a eternidade que Deus preparou para nós? Já diz o nome: eterna. Não acaba nunca.
E não é apenas viver para sempre — é viver com qualidade de vida, em plenitude, na glória do Senhor.
O Último Inimigo
Paulo continua no versículo 26, dizendo:
“O último inimigo a ser destruído é a morte.”
Sim, depois de destruir o diabo, os demônios, as enfermidades, tudo isso... o último inimigo a ser vencido será a morte.
No verso 27, ele explica:
“Porque tudo sujeitou debaixo dos seus pés. Ora, quando se diz que tudo lhe foi sujeito, fica claro que isso não inclui o próprio Deus, que tudo submeteu a Cristo.”
E no verso 28:
“Quando, porém, todas as coisas lhe estiverem sujeitas, então o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, a fim de que Deus seja tudo em todos.”
Ou seja, no fim, todo o universo estará sujeito a Cristo — exceto o próprio Deus, como o texto esclarece. Cristo estará em plena submissão ao Pai, e todos viverão em perfeita harmonia com o Eterno.
Um Argumento Contra a Negação da Ressurreição
Paulo prossegue no verso 29:
“Se não há ressurreição, que farão os que se batizam pelos mortos? Se absolutamente os mortos não ressuscitam, por que, então, se batizam por eles?”
Veja o argumento de Paulo. Havia na igreja de Corinto um grupo que acreditava na prática do batismo pelos mortos. Essa doutrina é totalmente antibíblica. Você não a verá ensinada em nenhum lugar do Novo Testamento.
E, convenhamos, a igreja de Corinto era uma igreja cheia de problemas: havia divisões, confusões doutrinárias, gente comendo carne sacrificada a ídolos, irmãos levando outros aos tribunais seculares, e até um caso absurdo de um rapaz tendo um relacionamento com a própria madrasta!
Então, quando Paulo escreve àquela igreja, ele está exortando, corrigindo, ensinando. Ele não está aprovando aquela prática. Pelo contrário, ele diz algo como:
— Ora, se vocês afirmam que não há ressurreição dos mortos, por que alguns de vocês estão se batizando pelos mortos? Isso não tem sentido algum!
O Verdadeiro Sentido do Batismo
Paulo está desconstruindo essa doutrina errada, mostrando que não há lógica nela — nem teológica, nem espiritual. E mais: ninguém pode se batizar pelo outro. O pai não pode se batizar pelo filho, o marido pela esposa, a esposa pelo marido. Ninguém pode crer ou aceitar Jesus por outra pessoa.
O batismo é um símbolo externo de uma transformação interna. Só deve ser batizado aquele que verdadeiramente creu no Senhor Jesus e decidiu segui-Lo. O batismo é uma expressão pública de fé, uma declaração de compromisso com Cristo.
É como uma aliança. Se uma pessoa solteira simplesmente coloca uma aliança no dedo, isso não a torna casada. Mas quando há um compromisso real, o uso da aliança simboliza essa união. O mesmo acontece com o batismo.
Então, o batismo não salva. O que salva é a fé no Senhor Jesus. Mas quem é salvo, quem crê, obedece — e se batiza por amor e obediência a Cristo.
A salvação é pessoal. É individual. Cada um precisa tomar sua decisão. Ninguém pode decidir por você, nem você pode decidir por ninguém.
Doutrina Errada: Batismo pelos Mortos
A doutrina deles estava errada. Eles se batizavam pelos mortos como se, ao se batizar em substituição por um ente querido que já havia falecido, aquela pessoa fosse salva. Mas isso não tem validade nenhuma.
Primeiro, porque essa doutrina não encontra respaldo nas Escrituras. E segundo, porque, se vocês não creem na ressurreição dos mortos, então para que estão se batizando por eles?
Um Episódio Familiar
Eu me lembro que, quando comecei a namorar minha esposa, o padrasto dela, Djalma, era constantemente evangelizado por minha sogra. Ela já era crente há muito tempo e ficava insistindo com ele:
— Djalma, Jesus vai voltar. Você precisa aceitar Jesus!
Mas ele levava tudo na brincadeira. Djalma é assim: tudo para ele é festa, é piada.
Minha sogra dizia:
— Djalma, Jesus vai voltar!
E ele respondia:
— Fique tranquila, Ninha. Quando Jesus voltar, e você estiver subindo, eu agarro sua perna e subo junto com você!
Ele achava engraçado, levava na brincadeira, mas ela falava com seriedade. E, graças a Deus, mais tarde ele creu no Evangelho, teve um encontro com Jesus e foi salvo.
Mas o fato é: ninguém pode ser salvo por meio de outra pessoa. A salvação é individual.
A Salvação é Pessoal
Eu não posso dar salvação para os meus filhos. Minha esposa não pode me salvar, nem eu posso salvá-la. Não podemos salvar nossos filhos, nem qualquer outra pessoa. Só Jesus pode salvar — e essa salvação é individual.
Cada pessoa precisa ter um encontro real com Cristo. Cada pessoa precisa entregar sua vida a Jesus e viver o Evangelho de maneira pessoal. Por mais que um pai seja um homem de Deus, cheio de oração, ele não pode salvar os filhos. Por mais que uma mãe seja uma mulher de oração, não pode salvar seus filhos. Nem os filhos podem salvar os pais.
O máximo que podemos fazer é orar, jejuar, clamar para que Deus abra os olhos e ilumine o entendimento da pessoa, para que ela tenha a oportunidade de fazer uma aliança com Cristo.
Mas a decisão final é de cada um.
A salvação é pela fé em Jesus Cristo — e totalmente individual. O seu relacionamento com Deus é algo entre você e Ele. É intransferível.
É você e Deus. A salvação é entre você e Deus. Ninguém pode se salvar, nem salvar outro. Só Jesus pode — e só acontece isso por meio da fé.
O Argumento de Paulo
Então Paulo diz:
— Olha, se vocês estão se batizando pelos mortos, de que adianta isso, se vocês nem creem na ressurreição?
E ele continua no verso 30:
“E por que também estamos nós nos expondo a perigos a toda hora?”
No verso 31, ele declara:
“Todos os dias enfrento a morte, irmãos — isso digo pelo orgulho que tenho de vocês em Cristo Jesus, nosso Senhor.”
E segue no verso 32:
“Se foi por razões meramente humanas que lutei com feras em Éfeso, que ganhei com isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos.”
Se Não Há Ressurreição...
O que Paulo está dizendo aqui é: “Eu enfrento perigos por causa do Evangelho. Todos os dias, arrisco minha vida. Sou perseguido por amor a Cristo. Mas, se os mortos não ressuscitam, de que me vale tudo isso? Se não há vida após a morte, qual é o propósito de tanto sofrimento?”
Ele está dizendo: “Se tudo termina aqui, então vamos comer, beber, dançar, festejar, curtir a vida... porque amanhã morreremos. E não há mais nada.”
Essa é a lógica de quem não crê. É a filosofia dos céticos, dos ateus: “Se não há eternidade, então o melhor é aproveitar ao máximo agora.”
Mas essa não é a fé do cristão.
O Sofrimento por Amor ao Evangelho
Paulo pergunta: “Se não há ressurreição, por que sofri tanto? Por que fui maltratado, preso, humilhado? Por que lutei com feras em Éfeso? Por que enfrento a morte todos os dias?”
Ele chega a dizer: “Todos os dias morro” — no sentido de que, diariamente, enfrentava a possibilidade da morte por amor ao Evangelho.
E ele ainda relata:
— Fui chicoteado cinco vezes com 39 chibatadas.
Cinco vezes trinta e nove... são 195 chicotadas!
Tudo isso por amor ao Evangelho.
Foi preso, humilhado, rejeitado pelos seus próprios patrícios, por amor ao Evangelho.
E ele pergunta:
— De que me adiantaria tudo isso, se os mortos não ressuscitam? Qual o sentido de viver uma vida santa, fiel, obediente, se tudo termina aqui?
Crer na Ressurreição Muda Tudo
Crer na ressurreição dos mortos tem implicações para a vida aqui e agora. Não é apenas uma esperança futura. Não é só pensar: “Ah, quando eu morrer, vou pro céu.”
Não!
Essa fé transforma a maneira como vivemos agora. Quem crê na ressurreição vive de forma piedosa, santa, testemunhal — com seriedade e compromisso.
A fé na ressurreição muda nossa perspectiva, redefine nossos valores, nossos conceitos. Porque sabemos que esta vida não é tudo. Há algo maior, eterno.
O Último Suspiro da Minha Mãe
Quando minha mãe estava morrendo nos meus braços, tentando respirar, eu tentava desesperadamente reanimá-la. Fiz respiração boca a boca, massagem — mesmo sem conhecimento técnico, apenas tentando, no desespero reanimá-la. Enquanto isso, minha esposa ligava para o SAMU.
E então, nos meus braços, ela deu o seu último suspiro.
Apesar da dor profunda, o que me consola é saber que ali apenas terminou a vida física dela.
Há uma vida além desta vida.
Essa esperança enche nosso coração. Ela arranca o desespero e traz paz.
A Esperança que Temos
A ressurreição de Jesus fala exatamente sobre isso: há uma vida além da morte. Essa é a nossa fé. Essa é a nossa esperança. E é por isso que vivemos com propósito, com compromisso, com santidade.
Porque sabemos que a morte não é o fim.
Tempo de Reflexão e Esperança
Esse tempo que estamos celebrando — desde a sexta-feira da Paixão, passando pelo sábado e chegando ao domingo de Páscoa — é um tempo para pararmos e refletirmos. A vida não é só correria, não é só aqui e agora. Há algo além desta vida, há algo além deste tempo.
É por isso que Jesus veio. É por isso que Ele deu a Sua vida. É por isso que Ele pagou o preço ali na cruz, por mim e por você.
Uma Citação Sarcástica
Paulo continua dizendo:
“Se foi por razões meramente humanas que lutei com feras em Éfeso, que ganhei com isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos.”
Essa é uma citação de um poeta grego, que Paulo usa aqui de forma sarcástica. Ele não está aconselhando ninguém a viver dessa maneira. É sarcasmo.
O que ele está dizendo é: se não vale a pena viver para Deus, se não há ressurreição dos mortos, então vamos viver como se tudo terminasse aqui — comamos, bebamos, porque amanhã morreremos. Ou seja, se não há esperança futura, não há sentido em buscar uma vida piedosa.
Más Companhias e Doutrinas Erradas
No versículo 33, ele continua:
“Não se deixem enganar: as más companhias corrompem os bons costumes. Como justos, recobrem o bom senso e parem de pecar, pois há alguns que não têm conhecimento de Deus. Digo isso para vergonha de vocês.”
Você pode perguntar:
“Josivaldo, por que esse texto está inserido nesse assunto de ressurreição?”
Porque havia pessoas tentando convencer os irmãos de que não existia ressurreição. E se você começa a andar com quem crê numa doutrina errada, você corre o risco de começar a crer como essa pessoa. Se alguém passa o tempo todo dizendo algo contrário às Escrituras e você convive com ela, e aceita seus ensinos sem fazer objeções, mais cedo ou mais tarde, você será influenciado.
Havia gente na igreja dizendo que não havia ressurreição dos corpos, afirmando que o corpo era mau, que morrer era se libertar do corpo, e que Deus não queria ressuscitar ninguém. Paulo, porém, está proclamando essa verdade com clareza: Cristo ressuscitou dentre os mortos, e todo crente também ressuscitará! Teremos um novo corpo, um corpo glorificado. Não é este mesmo corpo físico, mas todos os crentes serão ressuscitados!
As más companhias corrompem os bons costumes. As más conversações corrompem os bons costumes. Então, não continue andando e tendo comunhão com quem ensina doutrinas erradas — isso contamina a fé.
“Todo aquele que não permanece no ensino de Cristo, mas vai além dele, não tem Deus; quem permanece no ensino tem o Pai e também o Filho. Se alguém chega a vocês e não trouxer esse ensino, não o recebam em casa nem o saúdem. Pois quem o saúda torna-se participante das suas obras malignas”. (2 João 1:9-11).
Você está entendendo?
Conselhos de um Pai
Isso vale para todas as áreas da vida, mas aqui Paulo está falando especificamente sobre a doutrina da ressurreição. Ainda assim, o princípio é amplo. Meu pai dizia:
“Meu filho, me diga com quem tu andas e eu te direi quem és.”
Outro conselho que ele sempre repetia:
“Quem anda com porcos, farelos come.”
Ou seja, o mesmo princípio: más companhias corrompem os bons costumes.
Cuidado com os Céticos e Ateus
Paulo está dizendo: Pare de ter comunhão com gente que não crê na ressurreição.
Pare de permitir que pessoas que vivem como se só existisse o aqui e o agora influenciem sua vida.
Escute isso: existem dois tipos de ateus. O ateu teórico e o ateu prático.
O ateu teórico é o intelectual, aquele que tenta provar, por meio da ciência, que Deus não existe. Ele estuda para negar a existência de Deus.
Já o ateu prático é aquele que, embora diga com a boca que crê em Deus, vive como se Deus não existisse. Ele não pensa em Deus, não se importa com Deus, não considera Deus em suas decisões. Ele tem uma crença apenas mental, mas não tem a fé do coração, não tem uma fé viva no espírito.
Paulo está dizendo: pare de andar com esse tipo de gente, senão você será influenciado.
O Ambiente é Mais Forte que Você
Deixa eu te falar uma coisa: o ambiente é mais forte do que você.
Você pode até dizer:
“Ah, eu nunca faria isso!”
Mas, se você estiver diante de pessoas fazendo, e especialmente se for um grupo maior, há uma grande chance de que você acabe fazendo também. O ambiente tem poder. Quanto maior o grupo, maior a pressão. Geralmente o ambiente vence.
A Natureza da Ressurreição
Paulo continua no versículo 35, agora explicando como se dá a ressurreição. Ele já havia provado que a ressurreição de Jesus é o fundamento da nossa ressurreição; agora, ele parte para mostrar como isso acontece.
Ele diz:
“Mas alguém pode perguntar: ‘Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo virão?’”
E Paulo responde:
“Insensato! O que você semeia não nasce a não ser que morra. Quando você semeia, não semeia o corpo que virá a ser, mas apenas uma simples semente — como de trigo ou de qualquer outra coisa. Mas Deus lhe dá um corpo como determinou, e a cada espécie de semente dá o seu corpo apropriado.”
Um Corpo Novo, Diferente
O que Paulo está dizendo aqui? Ele começa a responder à pergunta: “Como é que os mortos vão ressuscitar?”
Primeira coisa: o corpo não será o mesmo. Você não vai ressuscitar com esse mesmo corpo. O corpo da ressurreição é um, e o corpo natural é outro. Este corpo que temos agora está sujeito ao tempo, ao espaço, ao envelhecimento, às catástrofes naturais, à dor... Mas o corpo da ressurreição é transformado — é um corpo glorificado.
Ainda que seja diferente, de alguma forma esse corpo glorificado está ligado ao corpo que foi enterrado. Paulo usa duas metáforas para explicar isso. A primeira é a da semente. Toda semente que você planta, ela morre primeiro, para depois nascer. O corpo da semente não é o mesmo corpo daquilo que nasce, mas de alguma forma estão ligados.
“Quando você semeia, não semeia o corpo que virá a ser, mas apenas uma simples semente, como de trigo ou de alguma outra coisa. Mas Deus lhe dá um corpo, como determinou, e a cada espécie de semente dá seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma: os homens têm uma espécie de carne, os animais têm outra, as aves outra, e os peixes outra”. (1 Coríntios 15:37-39).
O Exemplo da Tulipa
Por exemplo: Você já viu o bulbo de uma tulipa? Não tem beleza nenhuma. Parece uma cabeça de alho bem rústica.
Aí você pega aquele bulbo e planta. E o que nasce? Uma flor linda, cheia de esplendor, cheia de beleza, cheia de glória. Mas de alguma forma, a tulipa que nasceu está ligada ao bulbo que foi plantado.
Paulo está usando exatamente essa analogia. Este corpo é corruptível, é mortal. Mas ele diz mais à frente:
“Importa que o corruptível seja revestido da incorruptibilidade, e que aquilo que é mortal se revista da imortalidade. E quando o corruptível for revestido da incorruptibilidade, e o que é mortal for revestido da imortalidade, então se cumprirá a palavra da vitória sobre a morte: ‘Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó morte, a tua vitória?’”
Glória Diferente
Assim como o bulbo da tulipa é feio — pelo menos, aos meus olhos (talvez você discorde) — Mas a planta que nasce, a flor que brota dele, é cheia de glória e beleza.
Paulo continua dizendo que a glória do corpo natural é uma, e a glória do corpo da ressurreição é outra.
Nesse ponto ele faz outra metáfora: “Há corpos celestes e há também corpos terrestres; mas o esplendor dos corpos celestes é um, e o dos corpos terrestres é outro. Um é o esplendor do sol, outro o da lua, e outro o das estrelas; e as estrelas diferem em esplendor umas das outras. Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual”. (1 Coríntios 15:40-44)
Você já olhou para o céu à noite? Dá pra ver que uma estrela brilha diferente da outra. Paulo está dizendo que há uma absoluta diferença entre o esplendor do seu corpo natural e o esplendor do corpo ressurreto.
O Corpo da Glória
Por exemplo, Jesus nunca atravessou uma parede com o corpo natural, antes da ressurreição. Mas depois, com o corpo da ressurreição, Ele aparecia entre os discípulos mesmo com as portas fechadas. O corpo de Jesus, depois da ressurreição, não estava mais limitado ao espaço. Ele podia atravessar paredes! (João 20:19)
O corpo da ressurreição de Jesus, embora pudesse ser tocado, visto, reconhecido — não estava mais limitado ao tempo, ao espaço, às limitações físicas.
E isso nos dá uma ideia de como será o nosso corpo da ressurreição. Um corpo diferente. Um corpo glorioso.
O Corpo da Ressurreição
Nós teremos capacidades que não temos hoje. Porque o corpo da ressurreição é totalmente diferente do corpo natural.
Esse corpo que você vai receber da ressurreição nunca vai envelhecer.
Você não vai se preocupar com “pezinho de galinha”, com botox, com pneuzinho na barriga… O corpo da ressurreição não está sujeito ao envelhecimento, à morte, à corrupção, à deterioração. É um corpo novo e glorioso.
Você nunca vai morrer. Você nunca vai sangrar.
A Bíblia diz que “carne e sangue não herdam o Reino de Deus”. No corpo da ressurreição, você não vai sangrar, não vai chorar, não vai estar limitado a nenhuma das fraquezas humanas que temos agora.
Será um corpo totalmente diferente. E é exatamente isso que o apóstolo Paulo está ensinando neste texto: o corpo da ressurreição!
A Glória do Corpo da Ressurreição
Paulo continua, no versículo 42, dizendo:
"Assim será a ressurreição dos mortos: o corpo que é semeado é perecível, mas ressuscita imperecível; é semeado em desonra, mas ressuscita em glória; é semeado em fraqueza, mas ressuscita em poder; é semeado corpo natural, mas ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual."
Ele prossegue, explicando:
"Assim está escrito: O primeiro homem, Adão, tornou-se um ser vivente; o último Adão, espírito vivificante. Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o espiritual. O primeiro homem era do pó da terra; o segundo homem, dos céus. Os que são da terra são semelhantes ao homem terreno; os que são dos céus, ao homem celestial. Assim como tivemos a imagem do terreno, teremos também a imagem do homem celestial."
Amém!
Paulo está falando aqui dessa diferença entre os corpos: da diferença entre aquilo que é semeado e aquilo que ressurge para uma nova vida. O corpo da ressurreição será totalmente novo.
Um Corpo Transformado
Não vamos precisar usar óculos! Aleluia! Não vamos precisar usar muletas, nem cadeira de rodas, nem marca-passo no coração. Nada disso, irmãos, será necessário no corpo glorificado. Também não precisaremos de facetas nos dentes! Porque o nosso corpo será revestido de esplendor e de glória.
Ele diz:
"O que é semeado é perecível, mas ressuscita imperecível."
Quando uma pessoa morre, por mais que os agentes funerários tentem embelezá-la, aquele corpo já é um corpo semeado em desonra. Já não tem a mesma beleza da vida. Qualquer corpo morto já não tem o mesmo brilho — fica pálido, sem cor... não é assim?
E em alguns processos, a desonra é ainda mais evidente. Mas Paulo afirma:
"O que é semeado em desonra será ressuscitado em glória. O que é semeado em fraqueza será ressuscitado em poder."
Aleluia!
Mistério e Transformação
Vamos ao versículo 50. Paulo declara:
"Irmãos, eu lhes declaro que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem o que é perecível pode herdar o imperecível. Eis que eu lhes digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados."
Glória a Deus!
"Que essa palavra se cumpra em nós!"
Nem todos dormiremos, ou seja, nem todos morreremos. Vai haver pessoas vivas quando Jesus voltar. E eu quero ser uma dessas pessoas! Eu espero que Jesus volte na minha geração.
Ninguém sabe o dia nem a hora, mas Paulo cria que Jesus poderia voltar na geração dele. Por isso ele se inclui. Veja como ele diz:
"Nem todos dormiremos..."
O pronome está oculto, mas está lá: nós. Nem todos nós dormiremos. Mas todos nós seremos transformados!
Em Um Instante
Ele continua:
"Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados."
Glória a Deus! Isso vai acontecer, irmãos, num abrir e fechar de olhos. É rápido demais!
Quando Jesus voltar e a trombeta soar, num piscar de olhos, todos os que estavam mortos em Cristo ressuscitarão — e os que estiverem vivos serão transformados.
Esse é um milagre que só o Senhor pode fazer!
Vitória Sobre a Morte
"Pois é necessário que aquilo que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e aquilo que é mortal se revista da imortalidade. Quando, porém, o que é corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrita:
'A morte foi destruída pela vitória!'"
Nesse ponto Paulo zomba da morte. Ele canta um hino de repúdio à morte. Ele entoa um cântico de triunfo no versículo seguinte:
"Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?
O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
Mas graças a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo!"
Ou seja: em Cristo Jesus nós vencemos a morte. Em Cristo Jesus há esperança. Em Cristo Jesus vencemos o pecado e as artimanhas do diabo. Em Cristo Jesus somos salvos, perdoados, reconciliados com Deus, e receberemos corpos novos — corpos glorificados.
Esperança Mesmo na Dor
Em Cristo Jesus, nem mesmo a morte rouba a nossa esperança.
Irmãos, eu passei por essa experiência dolorosa algumas vezes — bem próximas a mim.
Meu irmão faleceu aos 17 anos, num acidente de moto. Três anos depois, perdi meu pai num acidente de carro. Um ano e meio depois, meu tio — irmão do meu pai — morreu com tumor no cérebro. E, nove anos depois, minha mãe faleceu por complicações do diabetes e do coração. Um ano após o falecimento de minha mãe, minha avó faleceu.
Cinco perdas muito próximas. Todas me abalaram. Todas doeram muito — em mim, na minha esposa e nos meus filhos.
Mas mesmo na dor, mesmo na saudade, nós temos esperança.
A Vitória É Certa
Eu sei que todos os que morreram em Cristo, eu vou reencontrar. Eu sei que estão em uma condição muito melhor. Então, nem mesmo a morte pode roubar a nossa esperança. Porque nós cremos na ressurreição.
Essa é a mensagem do Evangelho para mim e para você. Sim, dói. A saudade dói. A perda dói. A ausência dói. Tem dias que eu lembro dos meus pais... e eu choro. Hoje mesmo, vi um vídeo que me fez lembrar deles. A lágrima veio. Não tem jeito. É normal.
Mas há esperança.
Porque nós cremos na ressurreição do Senhor Jesus e na ressurreição de todos aqueles que pertencem a Ele.
Conclusão: Permaneçam Firmes
O versículo 57 nos mostra que, por meio da obra de Cristo — sua morte, sepultamento e ressurreição — nós temos vitória sobre a morte:
“Mas graças a Deus que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.”
E Paulo conclui com um tom de vitória, no versículo 58:
“Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.”
Diante da realidade da ressurreição, precisamos manter nosso coração animado, firme. Não podemos permitir que circunstância alguma abale nossa fé. Nenhum sofrimento, luta ou provação momentânea é capaz de destruir quem tem a esperança da ressurreição.
Por isso, continuemos dedicados à obra de Deus: pregando o evangelho, servindo com os nossos dons, abençoando as pessoas — sabendo que o nosso trabalho no Senhor não é inútil.
Haverá recompensa. Haverá glória. Haverá vitória!
Essa é a conclusão do apóstolo Paulo diante da realidade da ressurreição de Cristo e da ressurreição de todos aqueles que pertencem a Cristo.
Que Deus nos abençoe. Amém.