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terça-feira, outubro 01, 2024

Conselhos para Viver em Paz e Felicidade -1 Pedro 3:8-12

 Conselhos para Viver em Paz e Felicidade (1 Pedro 3:8-12)

Por Josivaldo Oliveira

Estamos estudando sobre os relacionamentos do cristão. No estudo anterior, falamos sobre o relacionamento conjugal — uma palavra muito abençoada sobre como o esposo deve tratar a esposa e vice-versa. Hoje, o foco é outro: falaremos sobre as relações do cristão em diversas áreas, mostrando como essas relações influenciam para se ter uma vida em paz, feliz e dentro dos princípios e da vontade de Deus.

Em 1 Pedro 3:8-12 lemos: "Finalmente, sejam todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança. Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que seus lábios falem dolosamente; aparte-se do mal e pratique o bem; busque a paz e empenhe-se por alcançá-la. Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas; mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males."

Oração e Reflexão

"Pai, esta é a Tua bendita palavra que acabamos de ler. Pedimos que o Teu Espírito Santo fale ao nosso coração por intermédio dela. Revela-nos a Tua verdade, para que sejamos ministrados e abençoados, em nome de Jesus. Amém."

Como já falei, estamos estudando a primeira epístola de Pedro, e hoje, o capítulo 3 continua tratando de relacionamentos. No estudo passado, abordamos o relacionamento conjugal à luz das Escrituras, mostrando como o marido deve tratar a esposa com amor e afeição, e como a esposa deve tratar o marido com submissão e respeito. Falamos que, sem uma boa convivência familiar, as orações podem ser impedidas, como está escrito em 1 Pedro 3:7.

A partir de 1 Pedro 3:8, o apóstolo continua falando sobre as relações dos cristãos. Como eles se relacionam com outros cristãos, com os inimigos, com a vida de modo geral e com a vida de oração, neste texto Pedro nos apresenta conselhos que nos ajudam a viver uma vida feliz e abençoada.

Unidade de Pensamento

Pedro começa dizendo: "Sejam todos de igual ânimo", ou seja, tenham todos o mesmo modo de pensar. Talvez você pense: "Mas pastor, como podemos todos nós pensarmos da mesma forma?" Na verdade, a Bíblia fala de unidade, não de uniformidade em tudo. No que diz respeito às doutrinas essenciais, todos devemos ter o mesmo pensamento. Por exemplo, todos os verdadeiros cristãos creem que Jesus Cristo é o único Senhor e Salvador de suas vidas, não é verdade? Todos creem que somos salvos pela graça, e não por méritos pessoais. Todos creem que o Senhor Jesus voltará para buscar a sua igreja etc… 

É sobre essa unidade nas verdades essenciais que Pedro está falando. A Bíblia reforça a importância da unidade em várias passagens. No Salmo 133, lemos: "Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união." Em João 17, Jesus ora pela unidade dos seus discípulos. E Ele deu a vida para reunir todos os filhos de Deus em um só corpo espiritual. Assim, essa unidade que Deus deseja para a igreja também deve estar presente em nossas famílias.

Uma casa dividida contra si mesma não pode subsistir. Se marido e esposa estão sempre em conflito, puxando cada um para um lado, ou se os filhos e pais vivem em disputa, não há felicidade plena. Jesus disse que um reino dividido contra si não pode permanecer de pé, e o mesmo vale para uma família.

Compaixão

Pedro continua dizendo que devemos ser compassivos. Ser compassivo é ter um coração cheio de compaixão pelos outros. Isso significa se colocar no lugar do outro, sentir empatia pela dor e sofrimento alheios. A Bíblia nos ensina a "chorar com os que choram e a nos alegrar com os que se alegram" (Romanos 12:15).

Na família, muitas vezes, queremos que o outro "pague" pelo mal que nos fez. Porém, precisamos ter um coração misericordioso, tanto com o cônjuge quanto com os filhos e demais familiares. Esse princípio também se aplica à família espiritual.

Misericórdia

Pedro fala sobre a importância da misericórdia. O que é ser misericordioso? É não dar ao outro o mal que ele merecia. A misericórdia triunfa sobre o juízo, como nos ensina a Bíblia (Tiago 2:13). Muitas vezes, oramos por justiça, mas esquecemos que, se Deus aplicar Sua justiça a nós sem misericórdia, podemos experimentar o juízo.

Na nossa casa, também devemos ser misericordiosos. Muitas vezes, nos apegamos às ofensas e ficamos esperando o "pagamento" pelo que consideramos uma injustiça. Porém, é preciso perdoar e agir com compaixão.

Humildade

Por fim, Pedro diz que devemos nos relacionar com humildade. A humildade é a base para a convivência pacífica e harmoniosa, tanto na família quanto na igreja. Quando colocamos os outros acima de nós mesmos, refletimos o caráter de Cristo, que, sendo Deus, se humilhou para servir e salvar.


A Humildade como Característica Essencial do Cristão

No versículo de número oito, vemos a necessidade de sermos humildes. Esta é uma característica que todo cristão precisa aprender com Jesus. Em Mateus 11:29, Ele nos diz: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração." Jesus deseja que aprendamos com Ele este princípio de humildade.

Mas o que é humildade? Humildade é saber quem você é em Cristo. É usar sua vida e seus dons para abençoar as pessoas, reconhecendo que tudo vem de Deus. Não se trata de se colocar acima ou abaixo dos outros, mas de entender o seu valor em Deus. A Bíblia nos ensina a fazer todas as coisas considerando os outros superiores a nós mesmos.

Hoje, estava conversando com minha esposa sobre o centurião que foi a Jesus, pedindo que curasse seu servo, que estava gravemente doente. As pessoas ao redor do centurião, um homem de autoridade romana, disseram a Jesus: "Vai, Senhor, porque ele merece. Ele é digno, pois ajudou nossa sinagoga." No entanto, ele próprio não se considerava digno. Ele disse a Jesus: "Senhor, basta uma palavra. Eu não sou digno de que entres em minha casa." E, com apenas uma palavra, seu servo foi curado.

O Exemplo de Humildade do Centurião

Além da grande fé demonstrada pelo centurião, percebemos também a humildade em seu coração. Enquanto as pessoas ao redor diziam que ele era digno, ele, por outro lado, reconhecia sua total dependência da misericórdia e graça de Jesus. Ele não aceitou para si a honra ou a glória, mas simplesmente reconheceu sua necessidade do Senhor. Assim, devemos entender que a humildade é uma característica essencial na vida de um cristão, na vida de um discípulo de Jesus.

A Bíblia nos diz que Moisés se tornou o homem mais manso da terra. E Jesus, sendo manso e humilde, nos convida a aprender Dele. O orgulho, por outro lado, faz com que Deus se lembre de Satanás, que foi o ser mais orgulhoso do universo. O orgulho é perigoso e sutil, podendo crescer em nossos corações de várias formas.

O Perigo do Orgulho

A Bíblia nos alerta que o orgulho precede a queda. Basta olharmos para a história de Nabucodonosor, o grande rei da Babilônia. Ele conquistou reinos e impérios, mas em certo momento, encheu-se de orgulho e declarou: "Olha a grande Babilônia, construída para a minha glória." Nesse instante, Deus fez cair sobre ele um espírito de loucura, e Nabucodonosor passou sete anos vivendo como um animal, até reconhecer que todo o poder e glória pertencem a Deus.

Esse processo pode se instalar na vida de qualquer um de nós, pois o orgulho é muito sutil. Podemos nos orgulhar de nossa aparência, inteligência, capacidade cognitiva ou até de nossa religiosidade, como os fariseus, que se consideravam mais santos que os outros. Algumas pessoas se orgulham de sua condição financeira ou espiritualidade, até mesmo do jejum e da oração.

Por isso, a Bíblia nos ensina que uma das marcas do cristão é a humildade. Precisamos aprender com Jesus a ser mansos e humildes de coração, reconhecendo que tudo o que fazemos e somos é pela graça de Deus em nossas vidas.

Humildade no Relacionamento Familiar

Para se relacionar em família, também é necessário humildade. Imagine um marido ou uma esposa orgulhosos, incapazes de reconhecer erros. Pais orgulhosos que nunca admitem falhas tornam a convivência difícil. Eu mesmo, em várias ocasiões, precisei pedir perdão aos meus filhos por ter exagerado na disciplina. Não é fácil, mas o orgulho precisa ser quebrado. Filhos orgulhosos também dificultam o ambiente familiar.

Quantas vezes marido e mulher brigam por coisas simples, que poderiam ser resolvidas rapidamente, mas o orgulho impede que um peça perdão ao outro. No início do meu casamento, lembro-me de discussões que duravam dias, porque nenhum de nós queria ceder. Ficávamos esperando que o outro pedisse perdão primeiro, e isso criava um clima ruim, que até nossos filhos percebiam.

Com o tempo, aprendi que o orgulho só prolonga o sofrimento. Se tivéssemos pedido perdão logo no início, teríamos evitado dias de mal-estar. Manter o orgulho, em qualquer nível de relacionamento, não é sábio.

A Humildade como Caminho de Paz

A Bíblia nos ensina, em 1 Pedro 3:8 que como cristãos precisamos agir com unidade, compaixão, misericórdia e humildade. Humildade é reconhecer quem somos em Deus, sem nos exaltarmos ou nos diminuirmos. E tudo o que somos, fazemos e recebemos, devemos render graças a Deus, porque é somente pela Sua graça que vivemos.

A humildade não é uma fraqueza, mas uma força que nos aproxima mais de Deus e das pessoas ao nosso redor. Que possamos, a cada dia, aprender com Jesus a sermos mansos e humildes de coração, para que, através de nossas vidas, o nome de Deus seja glorificado.

Como Tratar os Inimigos

No versículo 9, o apóstolo Pedro nos instrui sobre como devemos nos relacionar com nossos inimigos, ou com aqueles que nos perseguem. Desde o início, eu tenho falado que a primeira epístola de Pedro — e a segunda também — trata muito sobre o tema da perseguição. Aqueles cristãos estavam sendo perseguidos por serem fiéis ao Senhor, por serem de Jesus. Muitos estavam dispersos, como vemos nos primeiros versículos do capítulo 1, espalhados pelas regiões da Ásia Menor. Eles eram perseguidos, maltratados. Pedro os chama de peregrinos e forasteiros.

Agora, Pedro fala sobre como esses cristãos deveriam lidar com aqueles que os maltratavam, e essa orientação também serve para nós. Todo cristão verdadeiro enfrentará perseguição. A Bíblia diz que "todos aqueles que querem viver piedosamente em Cristo Jesus padecerão perseguições". Eu sempre digo: se o mundo está nos aplaudindo, se está nos ovacionando, precisamos avaliar nossa fé, porque o mundo sempre se oporá aos verdadeiros cristãos.

Jesus disse: "Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele, mas, como vocês não são do mundo, o mundo os odiará". Então, se o mundo está aprovando nossas práticas, devemos questionar se nossa fé é autêntica.

Pagar o Mal com o Bem

No versículo 9, Pedro diz: "Não paguem o mal com o mal, nem injúria com injúria; pelo contrário, abençoem, porque para isso fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança". Em outras palavras, Pedro nos ensina a lidar com a perseguição de maneira divina. Vocês estão sendo perseguidos, caluniados, enfrentando todo tipo de oposição por temerem a Deus. Como tratar seus inimigos? Pagando o mal com o bem.

Há três níveis de resposta que podemos identificar nas Escrituras: o nível satânico, o humano e o de Deus.

  1. Nível Satânico: Pagar o bem com o mal. Isso é maligno e diabólico. É quando alguém retribui o bem que recebeu com o mal.

  2. Nível Humano: Pagar o mal com o mal e o bem com o bem. Se alguém faz bem a você, você retribui com bem. Mas, se faz mal, você retribui com mal. Este é o nível comum, o nível natural do ser humano.

  3. Nível Divino: Pagar o mal com o bem. Este é o nível que Deus espera de nós como cristãos. É alguém que te faz mal, mas você decide fazer o bem a essa pessoa.

Pedro nos exorta a abençoar, a declarar o bem sobre nossos inimigos. Esse é o chamado para os discípulos de Cristo.

O Testemunho do Amor

Quando agimos dessa forma, estamos dando um testemunho de Cristo ao mundo. A maioria dos cristãos, no entanto, tem agido pagando o mal com o mal, ou até o bem com o mal. E há aqueles que fazem orações que eu chamo de "orações feiticeiras". O que é isso? É aquela oração em que a pessoa pede para que o mal caia sobre quem a maltratou.

Lembra-se de Tiago e João, que queriam que fogo descesse do céu para destruir os samaritanos? Jesus lhes disse: "Vocês não sabem de que espírito são. O Filho do Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las". Muitos cristãos têm orado assim: "Se alguém me persegue, eu oro para que Deus pese a mão sobre ele". Mas essa não é uma oração bíblica, pelo menos não de acordo com o Novo Testamento.

Jesus nos ensinou a orar por aqueles que nos perseguem, a abençoar os que nos maltratam. Ele nos chamou a oferecer a outra face, a andar a segunda milha, a dar também a túnica a quem nos pede a capa.

O Amor que Transforma

Um testemunho poderoso é contado pelo apóstolo Joselito, sobre o período de segregação racial nos Estados Unidos. Uma família branca queimou a casa de uma família negra. O filho adolescente, cheio de raiva, disse ao pai: "Nós vamos matar esses brancos miseráveis que queimaram nossa casa". Mas o pai, sendo cristão, respondeu: "Não, filho. Nós vamos amá-los. Vamos amá-los tanto que eles terão vergonha do que fizeram e se converterão ao Senhor".

O amor sempre vence, irmãos. O amor verdadeiro sempre vence. É isso que Pedro está nos ensinando: vencer o mal com o bem. O que mostrará que somos verdadeiramente discípulos de Jesus Cristo é o amor que habita em nosso coração.

Um Novo Coração

Essa mensagem pode parecer difícil para muitos, mas é a verdade bíblica. Para amar desse modo, precisamos nascer de novo. O homem natural não consegue amar nesse nível. Esse é o nível de Deus, e só podemos amar assim se tivermos recebido um novo coração, como a Bíblia diz: "Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, e tudo se fez novo" (1 Coríntios 5:17).

Então, como devemos nos relacionar com nossos inimigos? Sem vingança, sem desejo de retribuir o mal com o mal. O vingador, aquele que se vinga, sempre faz pior. Devemos, ao contrário, agir com perdão, amor e a graça que só Deus pode nos dar.

Sofrendo Por Causa da Justiça

Em 1 Pedro 3:9, o apóstolo fala claramente que aqueles que sofrem por causa da justiça receberão bênçãos como herança. Ele reforça: "Para isso fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança." É interessante notar que Pedro diz que fomos chamados para esse tipo de sofrimento, um sofrimento que eu gosto de chamar de "sofrimento redentivo".

Não é qualquer tipo de sofrimento. Não estamos falando daquele sofrimento que vem como consequência dos nossos próprios erros, das nossas falhas, ou quando machucamos os outros. Este é o sofrimento que enfrentamos por fazer o bem, por sermos justos, fieis a Deus, íntegros, e honestos. A Bíblia trata esse tipo de sofrimento como redentivo porque ele promove restauração, libertação e testemunho de vida. Aqueles que sofrem por amor à justiça serão abençoados por Deus.

Jesus afirmou isso em Mateus 5:10-12, onde ele diz que bem-aventurados são os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos Céus. Ele continua dizendo: "Felizes são vocês quando, por minha causa, vos injuriarem e perseguirem, e mentindo disserem todo mal contra vocês." Aqui, Jesus nos lembra que o sofrimento por sua causa é motivo de alegria, pois nossa recompensa será grande nos céus.

Pedro ecoa essa mensagem em sua carta, afirmando que seremos recompensados por nosso sofrimento justo, da mesma maneira que os profetas do Antigo Testamento foram recompensados. A nossa fidelidade será honrada.

Relacionamentos com Inimigos

Após falar sobre o sofrimento, Pedro nos ensina como devemos nos relacionar com os nossos inimigos. No versículo 9, ele nos exorta: "Não pagando mal por mal, nem injúria por injúria; pelo contrário, bendizendo." Isso significa que, ao invés de retribuirmos o mal com mal, somos chamados a abençoar aqueles que nos prejudicam.

Aqui, encontramos três níveis de resposta ao mal: o nível satânico, o nível humano e o nível divino. O nível satânico é aquele em que se paga o bem com o mal, onde alguém que foi abençoado responde com maldade. O nível humano é pagar o mal com mal e o bem com bem, ou seja, uma resposta natural ao tratamento recebido. Mas o nível divino é o mais elevado: é pagar o mal com o bem, é abençoar aqueles que nos prejudicam.

Pedro nos chama a viver neste nível divino, refletindo o caráter de Cristo em nossas ações. E é importante lembrar que, quando agimos assim, damos testemunho de Cristo ao mundo.

A Relevância das Palavras

Pedro continua sua carta abordando a importância das palavras em nossas vidas. Ele diz: "Quem quer amar a vida e ver dias felizes, refreie a língua do mal e os seus lábios de falarem dolosamente." (1 Pedro 3:10). O apóstolo nos ensina que, se queremos dias felizes e uma vida abençoada, devemos cuidar da nossa língua.

A Bíblia nos ensina que as palavras têm poder para abençoar ou amaldiçoar, para gerar vida ou morte. Como cristãos, somos chamados a usar nossas palavras com sabedoria, sendo cuidadosos para não ferir, caluniar ou maldizer. Em Provérbios 18:21, lemos que "a vida e a morte estão no poder da língua", e aquele que a utiliza bem comerá dos seus frutos. Portanto, precisamos orar como o salmista: "Senhor, põe guarda à porta dos meus lábios" (Salmo 141:3).

Nossa boca é um celeiro de sementes. Podemos semear para o bem ou para o mal. Por isso, Pedro nos instrui a refrear a língua do mal, usando nossas palavras para edificar, abençoar e trazer vida aos outros.

Fale com Verdade e Sabedoria

Além de cuidar com o que dizemos, Pedro também nos alerta para que nossas palavras sejam verdadeiras. "Não fale dolosamente," ele escreve, o que significa que devemos evitar palavras enganosas. Como seguidores de Cristo, precisamos ser autênticos em nossas palavras e atitudes.

Seja no nosso relacionamento com inimigos, no sofrimento por causa da justiça ou nas palavras que escolhemos, Pedro nos desafia a viver de forma que reflita o caráter de Deus. Isso só é possível com um coração transformado, que ama a Deus e segue os ensinamentos de Cristo.

Quantos entendem essa palavra? Diga "Glória a Deus!"

A Verdade em Suas Palavras

Não fale com engano. Suas palavras devem ser carregadas de verdade. As pessoas precisam saber que você é alguém que fala a verdade.

Certa vez, uma pessoa espalhou uma inverdade envolvendo meu nome. Uma irmã da igreja me procurou e perguntou:
"Pastor, o senhor fez isso e disse aquilo?"
Respondi: "Não, não fiz e nem falei dessa forma."

Ela voltou à pessoa que havia falado e disse: "O pastor afirmou que não fez nem falou o que você disse." A outra pessoa retrucou:
"Olha, conheço pouco você, mas conheço meu pastor há muito tempo e sei que ele não mente."

Isso, irmãos, é construído ao longo do tempo. A confiança é gerada através da nossa transparência, e não é apenas porque sou pastor. Todos nós, como cristãos, devemos ter a verdade em nossos lábios. Não podemos falar enganosamente, com dolo ou falsidade.

Afastando-se do Mal

A parte seguinte do texto bíblico nos chama a nos afastarmos do mal e a praticarmos o bem. Devemos fugir até da aparência do mal. Não nos coloquemos em situações que possam nos levar a pecar. É importante compreender que não podemos brincar com o mal, pois ele tem o poder de nos destruir. Há quem ache que, por ser um homem ou mulher de oração, pode enfrentar qualquer situação. Mas, queridos, com o mal, não se brinca; com ele, fugimos.

A Bíblia diz que devemos fugir da prostituição, da idolatria. Não é para ficarmos testando nossos limites, mas para fugirmos. Note que a Bíblia manda resistir ao diabo, mas quanto à tentação, ela nos diz para fugirmos. Isso porque, às vezes, é mais fácil vencer o diabo do que vencer a si mesmo.

Vencendo a Si Mesmo

Vou repetir isso: muitas vezes, é mais fácil vencer o diabo do que vencer a si mesmo. Por isso, a Bíblia nos manda resistir ao diabo, mas quanto às tentações, nos orienta a fugir. Se não fizermos isso, podemos cair. É essencial reconhecer nossa humanidade. Pela misericórdia de Deus, o Senhor tem me sustentado até aqui, e eu oro para que Ele continue a me guardar.

Reconheço minha humanidade. Sei que essa carne aqui é fraca, como qualquer outra carne. Posso cair como qualquer um. Títulos não nos guardam. O fato de eu ser pastor não me isenta de ser tentado. Preciso fugir da aparência do mal tanto quanto qualquer um de vocês.

Cada um de nós conhece as suas áreas de fraqueza, e devemos fugir. Se você machuca o dedo do pé, você protege aquele dedo quando anda no meio de uma multidão, certo? Assim também devemos proteger nossas áreas de vulnerabilidade. Seja nervosismo, ansiedade, depressão, inclinações sexuais ou fraquezas financeiras, todos temos pontos fracos. A solução? Fugir.

Não Brinque com o Pecado

Com o pecado, não brincamos. Se você sabe que algo pode te afastar de Deus, fuja. Não teste seus limites, não veja até onde consegue ir. Pecado destrói vidas, casamentos, finanças, saúde mental e emocional.

José, na casa de Potifar, enfrentou a sedução da esposa de seu senhor. Ele era jovem, cheio de hormônios, e ela o tentou repetidamente. Mas José sabia que não podia pecar contra Deus e contra Potifar. O que ele fez? Fugiu. Ele não ficou brincando com a tentação. Fugiu, porque é isso que devemos fazer quando enfrentamos o mal.

Não importa a área – seja sexual, financeira ou qualquer outra – precisamos fugir daquilo que pode nos afastar de Deus. Ninguém é forte por si só. Todos somos vulneráveis. Por isso, a Bíblia nos instrui: "Aparte-se do mal e pratique o bem."

Quer uma vida de paz, abençoada, feliz e próspera? Fuja do mal.

Em Busca da Paz

O versículo 11 nos diz: "Busque a paz e empenhe-se por alcançá-la." Este é o quarto princípio: busque a paz e se esforce para alcançá-la. Às vezes, a paz é conquistada com esforço, irmãos. Parece até uma contradição, mas, em algumas situações, a paz é fruto da luta, do esforço contra nós mesmos, contra nossa carne e contra o inimigo.

A Bíblia nos ensina, em Romanos, que, se depender de nós, devemos ter paz com todos os homens, com todas as pessoas. É claro que nem sempre isso depende apenas de você; às vezes, o outro lado também precisa colaborar. Contudo, naquilo que depender de você, faça o possível para manter a paz. Afinal, nada vale mais do que a nossa paz. É maravilhoso viver uma vida repleta de paz. Jesus disse: "Bem-aventurados são os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus."

O Papel do Pacificador

Um pacificador é alguém que promove a paz, um verdadeiro promotor da harmonia. Ele é chamado filho de Deus porque Deus é um Deus de paz. Ele deseja que tenhamos paz em nossos relacionamentos, nos negócios, na família e, especialmente, em nossos casamentos. Como eu venho dizendo incansavelmente, um bom casamento é um pedacinho do céu aqui na terra. Já um casamento ruim pode se transformar em um pedaço do inferno.

Por isso, é crucial buscarmos a paz em todos os relacionamentos, mas, acima de tudo, em nossa casa. Por quê? Porque em outros lugares não convivemos o tempo todo. Queremos chegar em casa e desfrutar de paz. Nossa casa precisa ser um refúgio, uma verdadeira bênção. Amém?

A Vida de Oração do Cristão

Por fim, para encerrarmos esta ministração, o apóstolo Pedro fala sobre como o cristão se relaciona com a sua vida de oração. Ele apresenta quatro princípios fundamentais para termos uma vida abençoada e feliz. Ele aborda como o cristão deve se relacionar com os outros, com os inimigos, com a vida de modo geral, e, por último, com a sua vida de oração.

No versículo 12, lemos: "Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas; mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males." O Senhor ouve a sua oração, diga amém! O Senhor ouve o seu clamor. Por quê? Porque você é justo em Cristo Jesus. Não é por seus próprios méritos que você é considerado justo, mas porque a justiça de Cristo foi depositada sobre você no momento em que creu.

Assim como Abraão, que creu, e isso lhe foi imputado como justiça, você também se tornou justo. A Bíblia nos ensina que aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. Portanto, quando você ora, Deus ouve sua oração, seu clamor e suas súplicas.

O Poder da Oração

Quero encorajá-lo: alguns irmãos pensam que suas orações não são tão poderosas quanto as de outras pessoas. "Ah, meu Deus, vou pedir para o pastor orar, porque a oração dele é mais poderosa." Mas isso não é verdade! A sua oração é tão poderosa quanto a de qualquer outro cristão. Não importa se você ora alto, sussurrando ou gritando. A Bíblia nos mostra que Ana orou sussurrando, sem forças, e Deus ouviu seu clamor, concedendo-lhe até mais do que ela pediu. Deus é poderoso para fazer infinitamente mais além de tudo o que pedimos ou pensamos, segundo o seu poder que opera em nós.

Às vezes, você está orando para Deus libertar seu filho ou sua filha, e Ele diz: "Não vou apenas libertá-los; farei deles pregadores da minha palavra." Deus sempre faz além do que pedimos ou pensamos.

O Relacionamento com Deus

Como o cristão se relaciona com sua vida de oração? Ele sabe que Deus ouve suas orações, por isso ele ora em todo tempo, em todo lugar e em toda circunstância. A Bíblia nos ensina: "Orai sem cessar." Enquanto você dirige, está orando; enquanto cozinha, está orando; durante uma conversa, dá uma pausa e ora. Não se trata apenas de um momento devocional, mas de estar continuamente em conexão com Deus. Isso é poderoso!

Deus responde às suas orações, ao seu clamor e às suas súplicas. Porém, o texto também nos alerta que o Senhor se opõe àqueles que praticam o mal. O versículo 12 reafirma isso. Assim como Provérbios 15:29 nos diz que o Senhor está longe dos ímpios, mas ouve a oração dos justos. Os justos têm suas orações respondidas e desfrutam de comunhão com Deus.

Conclusão

Como você se relaciona com sua vida de oração? Orando. Como você aprende a orar? Orando. E como recebe respostas às suas orações? Orando. Não há outro caminho. Por isso, a Bíblia nos instrui: ore sem cessar, em todo momento, no seu dia a dia. Enquanto cuida das crianças, lava roupas ou está no trabalho, você pode orar. A oração não precisa ser elaborada; pode ser simples, mas deve ser constante.

Quando você faz isso, Deus ouve suas orações, seu clamor e suas súplicas. Ele fará mais do que você está pedindo, mais do que você está pensando, porque é poderoso para fazer infinitamente mais além de tudo o que pedimos ou pensamos, segundo o seu poder que opera em nós.

Aqui temos, portanto, esses quatro princípios para uma vida abençoada, feliz e que agrada ao Senhor. O desejo de Deus é que eu e você tenhamos uma vida plena. Se seguirmos os princípios que a Palavra de Deus nos ensina, seremos muitíssimo abençoados. Amém!

Vamos orar ao Senhor, clamar ao nosso Deus e buscar a presença dEle...

A Oração de Clamor

Vamos clamar ao Senhor, vamos buscar a presença do nosso Deus. Onde você estiver agora, levante suas mãos aos céus! Deus ouve a oração; Deus ouve a sua oração. Queria que você apresentasse diante do Senhor o seu clamor, a sua súplica. Não importa o que seja, por mais difícil que pareça, por mais que isso possa parecer algo impossível, apresente ao Senhor neste instante.


Palavra final e Oração da minha esposa Judy

A gente só consegue tudo pelo Senhor, não é mesmo? Só conseguimos ser humildes, pagar o mal com o bem e viver uma vida de oração com a ajuda do Senhor. Tudo o que o pastor Josivaldo falou aqui só é possível se dependermos de Deus. Por isso, coloque a mão no seu coração e ore ao Senhor neste momento.

Pai, queremos te render graças pela Tua palavra. Senhor, a Tua palavra nos conforta, mas também nos confronta. Ela é como um espelho que nos mostra a condição em que nos encontramos e aquilo que precisa ser alterado, mudado, modificado em nossas vidas. Queremos ser transformados pela Tua palavra; não queremos ser entretidos, ó Deus, mas sim transformados por ela.

A princípio, recebemos a Tua palavra no nosso intelecto, mas pedimos ao Teu Espírito Santo que habita em nós que nos ajude a digerir essa palavra em nosso espírito. Que ela não fique apenas na nossa mente, na nossa intelectualidade, mas que haja revelação do Teu Espírito em nosso espírito, nos falando de forma específica sobre o que precisamos mudar.

Transformação e Obediência

Pai, pedimos que nos ajude a sermos melhores esposas, a controlar nosso ânimo e as palavras que saem de nossa boca. Pedimos ao Senhor que dê a mesma capacidade aos esposos, aos pais e aos filhos, para que todos nós recebamos, nesta hora, a capacidade que precisamos para colocar a palavra do Senhor em prática. Que não sejamos apenas ouvintes da Tua palavra, mas praticantes dela.

Senhor, arranca do nosso coração todo orgulho. Tu sabes, ó Deus, o quanto de orgulho ainda há em nós quando somos teimosos, insistindo em fazer aquilo que é nossa vontade, mas não é a Tua. Isso significa que o orgulho ainda está dominando o nosso coração. Pedimos que venhas nesta hora, como disse o Teu servo Josivaldo, e arranques nosso orgulho, para que possamos nos submeter à vontade do Pai, assim como Jesus fez.

A Vida de Oração

Pai, que sejamos filhos obedientes como Jesus. Arranca do nosso coração toda obstinação para permanecer na prática do mal. Ajuda-nos a fugir do pecado, Senhor. A Tua palavra diz que o pecado é o opróbrio, a vergonha das nações. Nós não queremos ser envergonhados; queremos experimentar a dupla honra do Senhor e as bênçãos descritas em Deuteronômio 28, que são consequência da nossa obediência aos princípios da Tua palavra.

Pai, pedimos que nos faça pessoas de oração. Que sejamos mulheres de oração, que os homens desta nação sejam homens de oração, que nossas crianças e nossos jovens também sejam pessoas de oração. Pois ser pessoa de oração não tem a ver com idade. Não são apenas as irmãs mais velhas que são pessoas de oração; que todos nós possamos amar falar contigo. A oração fala do diálogo com o Senhor, e nós amamos conversar com nossos melhores amigos.

Pai, peço que nos ajude a afinar nosso relacionamento contigo. Que tenhamos sede e fome da Tua palavra. Que possamos sentir a necessidade de orar em todo momento, seja no carro, no trabalho, durante o banho ou ao trocar de roupa. Que, em todo o tempo, possamos orar e falar contigo, pois essa é a orientação da Tua palavra: orar em todo tempo, no Espírito.

A Batalha Espiritual

Pai, nesta hora, Te pedimos que o nosso entendimento seja aberto. Estamos em uma batalha espiritual, Senhor. Embora tenhamos uma vida comum aqui na Terra, precisando trabalhar, pagar contas e nos alimentar, não podemos perder de vista que somos seres espirituais. Um dia, nosso corpo será desfeito, mas o nosso espírito é eterno e precisa se alimentar do nosso Pai Celestial.

Pai, oro nesta hora por esses Teus filhos que estão lendo este livro. Obrigado, porque o Teu Espírito Santo trabalhou em nossos corações para estarmos nos alimentando da Tua palavra. Desperta nosso coração, dia após dia, para que eu possamos nos alimentar do Senhor. Que assim o Senhor faça com a nossa família, e com cada discípulo deste ministério.

O Favor de Deus

Pai, Que o Senhor possa nos despertar para uma vida de busca e entrega, de sede e fome pela Tua presença. Pedimos em nome de Jesus, nos conceda dias maravilhosos. Que nestes dias experimentar a bondade, a misericórdia e o favor de Deus de forma extraordinária.

Senhor, coloque portas abertas diante de nós e feche aquelas que não procedem de Ti. Não permita que demos um passo sem a Tua vontade. Como disse o Teu servo Moisés: "Se o Senhor não for conosco, não nos deixes sair deste lugar." Coloque em nosso coração essa sensibilidade para vivermos de acordo com a tua vontade, ó Deus, em nome de Jesus.

Que a bênção do Senhor esteja sobre nós. Que o Senhor traga paz à nossa nação. Que o Senhor governe, como diz a Tua palavra, sobre o reino dos homens, e que traga direção e sabedoria para nossas vidas. Pai, em nome de Jesus, assim oramos e Te agradecemos. Amém! Aleluia! 


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