A
oração nos ajuda a sujeitar a nossa vontade à vontade do Pai
“Pai, se queres, afasta de mim este
cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua". (Lucas
22:42).
Este foi um momento
crucial na vida de Jesus. Ele estava prestes a se oferecer como sacrifício
pelos nossos pecados. Na cruz Ele se tornaria pecado por nós (II Co 5:21) e
experimentaria o cálice da ira de Deus. Em toda a eternidade este seria o único
momento em que Jesus estaria debaixo da ira de Deus por causa do pecado – não o
seu próprio pecado, mas o de toda a humanidade que naquele instante estaria
sendo julgado sobre Ele. Diante disso, Jesus, em sua humanidade, clama “Pai, se queres, afasta de mim este cálice;
contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua". (Lucas 22:42). É
como se o Senhor dissesse: Pai, existe outra maneira de redimir a humanidade
sem que eu tenha que beber o cálice da tua ira contra o pecado? Como o céu
ficou em silêncio, Jesus se submeteu à vontade do Pai.
À medida que Jesus
orava o Pai lhe dava força para cumprir a vontade dEle. A Bíblia diz que Deus
enviou um anjo para fortalecê-lo, pois Ele teria que cumprir até o fim a
vontade de Deus.
“Apareceu-lhe
então um anjo do céu que o fortalecia” (Lucas 22:43).
“Embora
sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu” (Hebreus
5:8).
Não devemos orar para
forçar Deus a fazer nossa vontade, ao contrário devemos orar para obtermos
força a fim de obedecermos à vontade de Deus. Na oração modelo Jesus nos
ensinou a orar assim: “Venha o teu Reino;
seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mateus 6:10).
Todas as vezes que
fazemos a nossa vontade em detrimento da vontade de Deus colhemos consequências
ruins em nossa vida. É melhor seguir a vontade de Deus, ainda que seja difícil,
e que a princípio seja doloroso, do que se arriscar num atalho, aparentemente
fácil, que o adversário apresenta diante de nós.
Sempre que alguém se
desvia do caminho do Senhor e pega um atalho crendo ser o caminho mais curto e rápido
para a felicidade, lá na frente vai ter um grande prejuízo em sua vida.
Em toda a Bíblia
encontramos exemplos de pessoas que se desviram do propósito do Senhor e
colheram consequências amargas em suas vidas. Adão e Eva deram ouvidos a
satanás, desobedeceram a Deus e comeram do fruto da árvore do conhecimento do
bem e do mal, consequentemente colheram a morte (Gn 3). Por desobedecer ao
Senhor, Saul foi atormentado por espíritos malignos, perdeu o reino de Israel e
teve uma morte trágica (I Samuel caps.15; 16; 31). Sansão desviou-se do
propósito do Senhor, brincou com o pecado e consequentemente tornou-se escravo
dos seus inimigos vindo a morrer prematuramente e cego (Juízes caps. 14; 15; 16).
Poderia prosseguir, mas
o tempo não permite. Ainda existem muitos outros – Caim, Corá, Datã, Abirão,
Acabe, Manassés, Judas... Por seus atos de desobediência, eles rejeitaram a
vontade do Senhor e colheram as terríveis consequências da semeadura que
fizeram.
“Há
caminho que parece certo ao homem, mas no final conduz à morte”. (Provérbios
14:12).
Jesus, porém, obedeceu
até o fim à vontade do Pai e depois de vencer tudo, Deus o exaltou
soberanamente.
“Seja
a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não
considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas
esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E,
sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à
morte, e morte de cruz! Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o
nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho,
no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é
o Senhor, para a glória de Deus Pai”. (Filipenses 2:5-11)
É bom obedecer à vontade do Senhor. Por
exemplo: Deus chamou alguns de nós para exercermos ministérios específicos no Reino
de Deus, tais como: ministério da pregação e ensino, ministério infantil,
ministério de louvor e adoração, ministério de liderar células etc. Além
destes, há o ministério geral de todos os santos que é compartilhar o evangelho
de Cristo e ganhar pessoas para o Reino de Deus. Porém, se resistimos à vontade
de Deus enquanto Ele está nos falando “...cumpra
plenamente o seu ministério” (II Timóteo 4:5), o que é que vai acontecer?
Lá na frente vamos sofrer os prejuízos. Por tanto, se Deus tem falado com a
gente, se tem revelado a Sua vontade na Palavra com respeito a áreas
especificas da nossa vida, não devemos resistir, mas obedecê-la.
A oração é uma aliada
poderosa nesta batalha de renunciar a nossa vontade egoísta para cumprir a
vontade de Deus. Todas as vezes que dobrarmos os nossos joelhos diante do Senhor
para orar, devemos dizer: Senhor cumpra a tua vontade na minha vida! Que seja
feita a tua vontade na terra, assim como é no céu!
Deus
não é o gênio da lâmpada
Muitas pessoas veem
Deus como se fosse o gênio da lâmpada mágica. Você conhece a história do gênio
da lâmpada? Aladim pega a lâmpada e esfrega-a, o gênio que habitava dentro dela
aparece, e diz: Qual é o seu desejo? O seu desejo é uma ordem! O gênio concede
a Aladim a realização de seus pedidos, que são todos concretizados, inclusive o
de se tornar um príncipe e casar com a princesa, filha do sultão.
Infelizmente, muitos
acreditam que Deus, como o gênio da lâmpada, é obrigado a cumprir seus desejos
egoístas. É assim que muita gente ver Deus, mas não é assim que Ele se
apresenta na Palavra. O Deus da Bíblia é soberano, Senhor, Dono do universo, Criador
dos céus e da terra, Aquele que nos resgatou e nos redimiu com o sangue do Seu
próprio Filho, sendo, portanto, nosso proprietário e não nossa propriedade. Portanto,
a oração não deve ser um artificio para forçar Deus a fazer a nossa vontade,
mas para que a vontade dEle seja feita em nossa vida. Isto significa que se
orarmos de acordo com a vontade de Deus, revelada na Palavra, seremos atendidos.
“Esta
é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa
de acordo com a sua vontade, ele nos ouve” (I João 5:14).
Oração
bem sucedida – orando de acordo com a vontade de Deus
Portanto, não é o nosso
querer que deve prevalecer, é o de Deus. Se não entendermos isso as nossas
orações não serão bem sucedidas. Podemos até obter aparentes sucessos, mas no
final podemos ter um prejuízo eterno. Pois, nem tudo que é sucesso aqui na
terra, do ponto de vista humano, é sucesso no céu, aos olhos de Deus.
Foi sobre isso que Jesus
falou a igreja de Laodicéia: “Como dizes:
Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um
desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; Aconselho-te que de mim compres
ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas brancas, para que te
vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com
colírio, para que vejas. Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois
zeloso, e arrepende-te”. (Apocalipse 3:17-19).
Lembre-se: A
oração nos ajuda a sujeitar a nossa vontade à vontade do Pai. Isso não
significa que não seremos abençoados, ao contrário, é a vontade de Deus nos
abençoar, aliás, em Cristo Jesus Ele já nos tem abençoado (Ef 1:3).
Deus por amor ao nome
dEle deseja abençoar a sua vida, sabe por quê? Para que todos possam ver a
glória de Deus sobre você, e glorifiquem ao Seu Santo Nome. Por isso, se você
busca obedecer ao Pai, fique despreocupado, é a vontade de Deus te abençoar. Mas
toda benção que Deus nos dá é por amor ao Nome dEle, isso prova que Ele é
Senhor sobre nossas vidas e não que é obrigado a satisfazer nossos desejos
egoístas. Portanto, glória seja dada a Deus por todas as bênçãos derramadas
sobre nós!
“Senhor,
ouve! Senhor, perdoa! Senhor, vê e age! POR AMOR DE TI, MEU DEUS, não te
demores, pois a tua cidade e o teu povo levam o teu nome". (Daniel 9:19).
Mas
tu, Soberano Senhor, intervém em meu favor, POR CAUSA DO TEU NOME. Livra-me,
pois é sublime o teu amor leal! (Salmos 109:21).
POR
AMOR DO MEU PRÓPRIO NOME eu adio a minha ira; por amor de meu louvor eu a
contive, para que você não fosse eliminado. (Isaías 48:9).