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quarta-feira, setembro 04, 2024

A NATUREZA E A MISSÃO DA IGREJA (TEXTO AMPLIADO)

 A NATUREZA E A MISSÃO DA IGREJA 

Por Josivaldo Oliveira


"Chegando-se a Ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, também vocês, como pedras que vivem, são edificados como casa espiritual para serem sacerdócio santo, a fim de oferecerem sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo. Pois isso está na Escritura: 'Eis que ponho em Sião uma Pedra Angular Eleita e Preciosa, e quem nela crê não será envergonhado'. Portanto, para vocês, os que creem, esta pedra é preciosa; mas para os descrentes, 'a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a Pedra Angular, e pedra de tropeço e rocha de ofensa'. São estes os que tropeçam na Palavra, sendo desobedientes, para o que também foram destinados. Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Antes, vocês nem eram povo, mas agora são povo de Deus; antes, não tinham alcançado misericórdia, mas agora alcançaram misericórdia" (1 Pedro 2:4-10). Amém.


ORAÇÃO:


Pai bendito, essa é a Tua palavra que acabamos de ler. Pedimos que o Teu Espírito Santo fale poderosamente aos nossos corações através dela e que sejamos ministrados, transformados e libertos por meio da Tua verdade. No nome bendito de Jesus, oramos para a Tua glória. Amém.


Hoje, falaremos sobre a natureza e a missão da igreja, ou, de maneira mais pessoal, sobre a natureza e a missão do cristão. Este texto nos convida a refletir sobre nossa identidade em Cristo e o papel que desempenhamos no plano de Deus. Quando Pedro escreveu esta carta, ele se dirigia a cristãos que enfrentavam severas perseguições, dispersos por todas as regiões da Ásia Menor: Ponto, Galácia, Capadócia, província da Ásia e Bitínia.


Aquele povo estava disperso, perseguido, maltratado e constantemente correndo risco de morte. Pedro, então, escreve para encorajar esses irmãos a se lembrarem de quem eles eram em Cristo e a viverem de acordo com essa nova identidade. Como sempre digo, você precisa se lembrar de quem é em Cristo e viver de acordo com essa identidade. Quem você é em Cristo? Você é filho de Deus, justiça de Deus, uma nova criatura … Portanto, viva conforme essa verdade.


Pedro os encoraja com esse propósito. Por isso, ele nos fala nos versículos 4 e 5 que Jesus é a nossa base firme, o nosso fundamento sólido. Ele usa uma metáfora poderosa para expressar essa verdade: Jesus é a pedra, ou a rocha, uma imagem que o próprio Senhor Jesus usou ao dizer: "...Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mateus 16:18). Não era sobre Pedro, como alguns pensam, que Ele falava, mas sim sobre a declaração de Pedro de que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo. Portanto, Jesus é essa Rocha. Ele também citou o Salmo 118:22-23, que diz: "A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular. Isso vem do Senhor e é algo maravilhoso para nós."


Jesus se auto intitula como "a Rocha", e Pedro usa essa mesma metáfora. Ele começa dizendo, no versículo 4: "Chegando-se a Ele...", ou seja, aproxime-se de Cristo. O apóstolo refere-se a Cristo como a "Pedra que vive", ou, em algumas versões, "a Pedra Viva".


"A medida que se aproximam d'Ele, a pedra viva — rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para Ele — vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual, para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo" (1 Pedro 2:4-5, NVI).


Pedro destaca Cristo como a Pedra Viva, apontando para a solidez e a permanência de Cristo. Ele é o fundamento da nossa fé, a Pedra Angular sobre a qual toda a estrutura da nossa vida espiritual deve ser construída. Quem edifica sua vida sobre Cristo nunca será abalado, ainda que venham dificuldades, tempestades ou lutas. Precisamos compreender que quem constroi sua vida sobre Cristo nunca será abalado. Ele é a rocha firme, inabalável e confiável sobre a qual devemos edificar nossa vida, nossa família, nosso casamento — todas as áreas da nossa vida precisam estar alicerçadas em Cristo.


Jesus citou esse texto do Salmo 118:22-23, fazendo alusão a si mesmo. Essa citação aparece em Mateus 21:42, Marcos 12:10 e Lucas 20:17. Pedro, ao citar o mesmo texto em 1 Pedro 2, reforça que a verdadeira rocha não é ele próprio, como alguns afirmam, mas Cristo. Pedro é apenas um fragmento retirado dessa rocha. 


Cristo é a Pedra Viva

 O texto nos diz que Ele foi rejeitado pelos homens, mas é precioso aos olhos de Deus. Essa rejeição nos lembra que o caminho do cristão nem sempre será aceito pelo mundo. Se você é um verdadeiro cristão, assim como Cristo, enfrentará oposição e rejeição. Jesus disse: "Se o mundo odeia vocês, saibam que, antes de odiar vocês, odiou a mim. Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas vocês não são do mundo — pelo contrário, eu dele os escolhi — e, por isso, o mundo odeia vocês.." (João 15:18-19)


Vamos refletir sobre isso. Se o mundo está nos aplaudindo, ovacionando e aprovando nossa conduta e atitudes, precisamos questionar a autenticidade da nossa fé. Jesus disse que os verdadeiros cristãos seriam rejeitados pelo mundo, assim como Ele foi. Se o mundo nos odeia, é sinal de que estamos no caminho certo. Mas se o mundo aprova nosso comportamento, talvez nossa fé não esteja tão firme assim. O mundo sempre fará oposição ao verdadeiro cristão, assim como fez com Jesus. Ele nos alertou: "Porque, se isto é feito com a madeira verde, o que será da madeira seca? (Lucas 23:31). Ou seja, comigo e com você.


Jesus deixa claro que os verdadeiros cristãos, assim como Ele, serão rejeitados pelo mundo. No entanto, assim como Cristo foi escolhido pelo Pai, nós também somos escolhidos por Deus e temos um papel vital na edificação da casa espiritual de Deus.


Pedras Vivas


A Bíblia nos diz que Jesus é a pedra viva, a pedra que vive. E nós também somos pedras vivas, tiradas dessa grande pedra. Estamos sendo usados por Cristo na edificação de uma casa espiritual, de um edifício espiritual, que é a igreja. Pedro nos chama de pedras que vivem. Isso significa que somos parte de algo muito maior do que nós mesmos. Estamos sendo edificados juntos.


Quero destacar essa expressão: "edificados juntos". Não estamos isolados; somos parte de uma comunidade de fé, um corpo que serve e adora a Deus. Pedro nos diz que, como pedras vivas, estamos sendo edificados como casa espiritual. E que casa espiritual é essa? É a igreja. A igreja é a casa de Deus. Mas, quando falo "igreja", não estou me referindo ao prédio onde nos reunimos. Nós poderíamos estar reunidos agora debaixo de uma árvore, em um pátio, ou até mesmo no meio da rua, e ainda assim seríamos igreja. A igreja não é o prédio; a igreja é o corpo de Cristo, o coletivo dos irmãos. Irmãos juntos, formando esse corpo espiritual que Pedro chama de casa espiritual. Não somos uma instituição humana; a igreja é um organismo vivo, com a vida de Deus fluindo em suas veias espirituais.


Pedro diz que estamos sendo construídos como pedras vivas, uma casa espiritual para Deus. Cada um de nós é uma pedra viva. Mas uma única pedra, isolada, não forma essa edificação espiritual chamada igreja. Para termos a igreja, precisamos de todas as pedras, cada uma sendo colocada ao lado da outra.


Lembro-me de quando era criança e via os pedreiros construindo com pedras brutas, especialmente nos alicerces das casas. Hoje, usamos blocos de cimento e armações de ferro para fazer os alicerces. Mas naquela época usava-se pedras para fazer as fundações. Lembro-me, por exemplo, que na minha infância, havia um pedreiro que trabalhou muitos anos para o meu pai, chamado “Seu Bel”. Ele fez muitas coisas na casa dos meus pais, e lembro dele cavando valas profundas. Depois, ele jogava água nelas e começava a colocar as pedras, cimento e mais pedras. Seu trabalho era quase artesanal. Ele pegava uma pedra deformada e procurava outra que se encaixasse naquela, como se estivesse montando um quebra-cabeça. Ele ia montando pedra sobre pedra, até formar um alicerce sólido e bonito. Era um trabalho minucioso, difícil, mas, no final, a construção ficava embelezada porque ele sabia como manejar aquelas pedras.


Pedro nos diz que somos pedras, só que somos pedras vivas. Não somos pedras inanimadas, sem vida. Pelo contrário, somos pedras vivas, e o Senhor usa cada um de nós. Somos diferentes uns dos outros, com nossas particularidades, assim como as pedras que o pedreiro usava. Temos dons e ministérios diferentes, mas o Senhor nos adequa, nos ajusta, colocando cada um no seu devido lugar, para que possamos ser edificados juntos. Não isoladamente, não sozinhos, mas juntos, como casa espiritual. Somos um corpo, uma comunidade de fé. Não podemos ficar isolados.


Isso nos fala da importância de estarmos juntos, irmãos, algo que Satanás tem atacado ferozmente nos dias de hoje. Sabem, há duas atividades da igreja que o diabo ataca com muita frequência. Acesse a internet e você verá. Ele usa a boca de muitas pessoas para falar contra do dízimo e contra a importância de congregar: Eles dizem: "o dízimo é um roubo, o pastor vai roubar..." Esse discurso é um ataque do inferno. Como falei a pouco, outra coisa que o diabo ataca terrivelmente é a unidade da igreja, o congregar, o estar juntos. Ele diz: "Você não precisa congregar. Pode servir a Deus apenas em casa. Você não precisa estar junto com outros crentes". Essas são as duas coisas que o diabo ataca com muita frequência, mas a Bíblia deixa bem claro que precisamos estar juntos, porque estamos sendo edificados juntos como casa espiritual. Não é separado, não é cada um no seu canto. É juntos, como casa espiritual. Precisamos estar no corpo, inseridos no corpo espiritual de Cristo, que é a igreja.


Há quem diga: "Eu amo Cristo, mas não amo a igreja." Queridos, a igreja é o corpo de Cristo. Se você ama a cabeça, você tem que amar o corpo.


Servindo a Deus com Propósito


Pedro continua nos ensinando que fomos chamados a servir a Deus com um propósito. No versículo 5, ele afirma: "Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus, por intermédio de Jesus Cristo." Ele reforça que somos essas pedras vivas, sendo edificadas como casa espiritual para sermos um sacerdócio santo.


Esse era o chamado de Israel no Antigo Testamento: ser um reino de sacerdotes. Em Êxodo 19:6, Deus disse ao povo de Israel: "... vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa." Ou seja, Ele não queria apenas alguns sacerdotes; queria que todos fossem sacerdotes. Essa profecia se cumpre na igreja. Hoje, todos nós, como igreja, somos sacerdócio real, sacerdotes de Deus em Cristo. Esse chamado se estende a todos os crentes. Cada um de nós foi convocado a ser um sacerdote espiritual, a edificar-se como casa espiritual para oferecer sacrifícios a Deus. 


“Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês” (Romanos 12:1).



Como sacerdotes, temos acesso direto a Deus e somos chamados a oferecer-Lhe sacrifícios espirituais. No Antigo Testamento, apenas o sacerdote podia entrar na presença de Deus, e o sumo sacerdote tinha o privilégio de adentrar o Santo dos Santos, o lugar mais íntimo da manifestação divina, uma vez ao ano, com sangue de animais, para expiar seus próprios pecados e os do povo. Mas agora, na Nova Aliança, a Bíblia nos ensina que todos somos sacerdotes e podemos ter acesso direto à presença de Deus por meio de Cristo. Podemos orar, buscar a Deus em qualquer lugar, e teremos acesso à Sua presença.


Além disso, como sacerdotes, somos chamados a oferecer sacrifícios espirituais. No Antigo Testamento, os sacrifícios eram de animais, mortos. Agora, somos convocados a oferecer sacrifícios vivos. Em Romanos 12:1, Paulo nos exorta: "Portanto, irmãos, pelas misericórdias de Deus, peço que ofereçam o seu corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o culto racional de vocês."


Nossas vidas, nossas orações e nosso serviço a Deus e ao próximo são sacrifícios espirituais para Ele. Tudo o que temos e somos deve ser uma oferta a Deus, feita por meio de Jesus Cristo, nosso mediador. Somos sacerdotes que ministram a Deus com esses sacrifícios espirituais.


É importante entendermos que o chamado ao sacrifício continua presente. Algumas pessoas dizem: "Sacrifício era coisa do Antigo Testamento. Jesus já pagou o preço, não precisamos mais fazer sacrifícios." É verdade, a salvação é pela graça, e custou um alto preço para Jesus. A Bíblia nos ensina que, como sacerdotes, ainda precisamos apresentar sacrifícios. Não mais sacrifícios de animais, mas sacrifícios de louvor, obediência, orações, serviço a Deus e ao próximo, e de tudo o que temos e somos.


Cristo, a base que sustenta tudo 


Pedro também fala sobre Cristo como a base que sustenta tudo. Nos versículos 6 a 8, ele diz: "Pois isso está na Escritura: Eis que ponho em Sião uma pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crê não será envergonhado. Portanto, para vocês que creem, esta pedra é preciosa. Mas, para os descrentes, a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a pedra angular e pedra de tropeço e rocha de ofensa. Estes tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram destinados."


Cristo é tanto precioso para os crentes quanto uma pedra de tropeço para os descrentes. Para aqueles que creem, Ele é a pedra angular, eleita e preciosa, o fundamento de um edifício que sustenta toda a construção. Aqueles que confiam em Cristo jamais serão envergonhados, pois estão firmes em uma base segura. Se você confia em Jesus Cristo, nunca será envergonhado. 


Por outro lado, para aqueles que rejeitam Cristo, Ele se torna pedra de tropeço e rocha de ofensa. A mesma pedra que traz segurança para os crentes pode causar queda espiritual para os descrentes. A rejeição de Cristo leva à perdição, e essa é uma verdade que não podemos ignorar. Não há neutralidade em relação a Cristo. Ou você crê Nele, ou não. Ou você O obedece, ou O rejeita. Não há como ser neutro.


Há uma ilustração famosa que fala sobre um homem que estava em cima do muro, entre o céu e o inferno. Do lado do céu, os anjos o chamavam: "Desça para cá! Aqui é melhor!" Enquanto isso, do outro lado, o diabo permanecia quieto, apenas observando. Os demônios, intrigados, perguntaram ao diabo: "Por que você está tão quieto? Os anjos estão chamando aquele homem para o céu, e você não faz nada?" O diabo respondeu: "Quem está em cima do muro já está do nosso lado."


No Reino de Deus não há neutralidade. Ou você crê em Cristo como sua pedra angular, sua rocha preciosa, ou O rejeita. Se você O rejeita, Ele se torna para você uma pedra de tropeço e rocha de ofensa. Não existe meio-termo. A Bíblia sempre apresenta duas opções: porta larga ou porta estreita, caminho apertado ou caminho largo, céu ou inferno, bênção ou maldição, vida ou morte. Não há espaço para a neutralidade no Reino de Deus.


Precisamos tomar nossa posição como cristãos. Mesmo que isso nos custe algo — seja nosso emprego, nossa popularidade, ou até mesmo a rejeição — precisamos estar do lado certo. Nós precisamos declarar com nossas palavras e com nossas atitudes: "Eu sou crente em Jesus, sou filho de Deus, sou justiça de Deus em Cristo, creio em Jesus, Ele é meu Deus, meu Senhor e meu Rei." Viver essa verdade em sua vida pode ter um preço, mas a recompensa será grandiosa: a salvação eterna em Cristo Jesus. 


Portanto, não podemos ignorar essa realidade. Para os descrentes, a mesma pedra que é preciosa para nós e para Deus se torna uma pedra de tropeço e uma rocha de ofensa. 


NOSSA IDENTIDADE EM CRISTO


Agora, nos versículos 9 e 10, Pedro fala sobre nossa identidade em Cristo. Ele nos diz: "Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para sua maravilhosa luz. Antes, vocês não eram povo, mas agora são povo de Deus. Antes, não tinham alcançado misericórdia, mas agora alcançaram misericórdia." Que texto extraordinário! Esta é a sua identidade e herança em Cristo.


Pedro descreve a identidade dos crentes com quatro títulos poderosos: raça eleita, sacerdócio real, nação santa e povo de propriedade exclusiva de Deus. Esses títulos refletem nossa nova posição em Cristo Jesus. Primeira coisa: somos raça eleita. Fomos escolhidos por Deus e separados para pertencermos a Ele. Deus nos escolheu; você foi eleito por Deus, não por homens, e essa eleição ocorreu antes da fundação do mundo, antes mesmo de você nascer. 


Como Ele disse a Jeremias: "Antes de formá-lo no ventre materno, eu já o conhecia; e, antes de você nascer, eu o consagrei e constituí profeta às nações." (Jeremias 1:5) Portanto, você é eleito por Deus, uma raça eleita pelo Senhor. Jesus também declarou em João 15:16: "Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, eu os escolhi e os designei para que vão e deem fruto, e o fruto de vocês permaneça, a fim de que tudo o que pedirem ao Pai em meu nome, ele lhes conceda." 


Você é uma escolha do Senhor; Deus escolheu você. Portanto, alegre-se nisso! Isso não tem a ver com seu status, sua condição social, sua aparência, beleza ou elegância… Não tem nada a ver com essas coisas. Deus simplesmente olhou para você e escolheu você por amor. Diga para você mesmo: "Deus foi com a minha cara." Diga: "Eu sou íntimo de Deus." Você foi escolhido pelo Senhor.


Pedro continua: somos sacerdócio real. O que significa ser um sacerdócio real? Temos duas palavras importantes aqui. A palavra "real" não se refere à "realidade", mas sim à "realeza". Somos sacerdotes da realeza, sacerdotes e reis, chamados para servir e reinar com Cristo. 


Apocalipse 5:9-10 nos diz: "e cantavam um cântico novo, dizendo: Digno és de pegar o livro e de quebrar os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra". Portanto, Ele nos comprou com sangue e nos fez reis e sacerdotes, ou seja, um reino de sacerdotes. Somos sacerdotes do Rei, chamados para servir a Cristo e reinar com Ele. 


O que faz um sacerdote? Primeiro, ele ministra adoração a Deus. Por isso, como sacerdote, você precisa adorar a Deus todos os dias. Não consigo entender um crente que não busca a Deus. Não consigo compreender alguém que passa a semana inteira sem buscar a Deus, vivendo uma vida espiritualmente seca, vindo apenas no domingo à igreja para se alimentar. A igreja é o lugar onde recebemos a palavra de vida, orientação, instrução e direção, mas é no seu dia a dia que você precisa ser esse sacerdote espiritual. 


Todos os dias, você deve separar tempo para buscar a Deus, para adorá-Lo, para erguer suas mãos e declarar louvor ao Senhor, para ter comunhão e intimidade com Ele, oferecendo sacrifícios de louvor diariamente. Além disso, você ministra às pessoas, pois o sacerdote não apenas ministrava a Deus, mas também servia ao próximo. É isso que precisamos fazer: servir às pessoas com os dons que Deus nos deu, porque somos sacerdotes do Senhor.


“Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como encarregados de administrar bem a multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus lhe dá, para que, em todas as coisas, Deus seja glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio para todo o sempre. Amém!” (1 Pedro 4:10).


Ele ainda diz que somos uma nação santa. Isso significa que fomos santificados por Deus e chamados a viver de maneira distinta do mundo. A palavra "santo" significa "separado". Você foi chamado para ser separado, para ser diferente. 


Estava conversando com minha esposa recentemente, e falávamos sobre questões políticas. Eu disse a ela: "Esse problema é antigo, meu amor. Desde os tempos bíblicos, Deus queria governar o seu povo. Mas o povo respondeu: 'Não, queremos ter um rei, queremos ser como as outras nações.'" O desejo de Israel era esse: "ser iguais às outras nações." Por isso Deus os alertou através do profeta Samuel: 


“Samuel relatou todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe pedia um rei, dizendo: — Este será o direito do rei que vier a reinar sobre vocês: ele tomará os filhos de vocês e os empregará no serviço dos seus carros de guerra e como seus cavaleiros, para que corram na frente deles. Ele porá alguns por capitães de mil e capitães de cinquenta; outros para lavrar os campos dele e fazer as suas colheitas; e outros para fabricar armas de guerra e equipamentos para os seus carros. Tomará as filhas de vocês para serem perfumistas, cozinheiras e padeiras. Tomará de vocês o melhor das lavouras, das vinhas e dos olivais e o dará aos seus servidores. Ficará com uma décima parte dos cereais e das uvas que vocês colherem, para dar aos seus oficiais e aos seus servidores. Também tomará os servos e as servas de vocês, os melhores jovens e os jumentos de vocês, e os empregará no seu trabalho. Ficará com uma décima parte dos rebanhos de vocês, e vocês serão seus servos. Então, naquele dia, vocês clamarão por causa do rei que escolheram, mas o Senhor não os ouvirá naquele dia. Porém o povo não atendeu à voz de Samuel e disse: — Não! Queremos um rei sobre nós. Seremos como todas as outras nações. O nosso rei poderá nos governar, sair adiante de nós e fazer as nossas guerras” (1 Samuel 8:10-20). 


Eu disse para minha esposa: "Esse problema de Israel querer ser como as outras nações é o problema da igreja hoje." Deus chamou a igreja e disse: "Eu quero que você seja santo", ou seja, separado das demais, diferente, com um estilo de vida distinto. Mas o que queremos? Ser iguais ao mundo. Queremos cantar o que o mundo canta, fazer o que o mundo faz, beber o que o mundo bebe, vestir como o mundo se veste, adotar o estilo de vida do mundo, porque desejamos ser iguais ao mundo. Essa é a maior tentação da igreja, assim como era para Israel. 


A maior tentação da igreja é a mesma: ser igual a todos ao redor. Mas Deus nos chama a ser santos. O que significa ser santo? Ser separado, distinto, um povo exclusivamente d'Ele. Este é o nosso desafio hoje. Deus está dizendo: "Seja santo, você é uma nação santa. Então, aja como tal, uma nação distinta."


Queremos, no entanto, a aprovação do mundo. Não queremos que nossos amigos nos vejam como caretas ou quadrados. Não queremos que digam: "Ele ficou com a mente fechada depois que virou crente." Não queremos isso. Não queremos ser ridicularizados ou rejeitados. 


Desejamos a aprovação das pessoas. Mas quem tem a aprovação do mundo jamais terá a aprovação de Deus. 1 João 2:15-17 nos alerta: “Não amem o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo — os desejos da carne, os desejos dos olhos e a soberba da vida — não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como os seus desejos; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre." 


Tiago 4:4 também nos adverte: "Gente infiel! Vocês não sabem que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo se torna inimigo de Deus." Não há meio-termo. Eu me torno amigo de Deus ou amigo do mundo. Deus está nos dizendo: "Se você quer ser santo, no sentido de ser distinto, separado para Deus, então será amigo d'Ele, mas, consequentemente, inimigo do mundo." 


Por outro lado, se você deseja imitar o mundo, automaticamente se torna inimigo de Deus. Essa é a tentação da igreja, como era para Israel: a tentação de imitar o mundo ao invés de ser uma influência sobre ele. Estamos permitindo que o mundo nos influencie, ditando as regras para nossa vida e sendo o modelo a ser seguido, quando, na verdade, deveríamos ser o modelo e a referência para o mundo. Porque o mundo clama por referências, por modelos, mas nós queremos imitar o mundo. Isso se torna ainda mais evidente com o advento das redes sociais. Mas lembre-se: você é uma nação santa.


E Pedro diz mais: você é povo de propriedade exclusiva de Deus. Sabe o que isso significa? Vou explicar para que você entenda. Eu sou exclusivo da minha esposa. Para ilustrar o que significa ser exclusivo, pense no seguinte: minha esposa é exclusiva. Se eu, como marido exclusivo dela, tiver qualquer conversa mal-intencionada, fizer um olhar sugestivo ou tiver uma conversinha indevida nas redes sociais com outra mulher, ou, pior ainda, me deitar com outra mulher que não seja minha esposa, isso é chamado, na Bíblia, de adultério. Porque eu sou exclusivo dela, e ela é exclusiva minha. Assim, a Bíblia nos diz que somos propriedade exclusiva de Deus. Pertencemos somente ao Senhor, e Ele não nos divide com ninguém. É por isso que a idolatria é algo que o Senhor trata com tanta severidade. Ele não nos divide com nenhum ídolo. Vocês entendem? 


A Bíblia diz que Deus tem ciúmes de nós. Em Tiago 4:5, lemos que "Ou vocês pensam que é em vão que a Escritura diz: "É com ciúme que por nós anseia o Espírito, que ele fez habitar em nós?"


Deus tem ciúmes de nós. Ele não nos quer divididos com outros deuses, com outros amores, com outras paixões. Ele não aceita que o adoremos aos domingos, mas de segunda a sexta, vivamos como se não O conhecêssemos. Isso não funciona! Deus quer exclusividade. Ele nos quer inteiramente para Ele, porque somos povo de Sua exclusiva propriedade. Pertencemos ao Senhor, a mais ninguém, a nenhum outro. 


Se Deus teve zelo de vasos e taças que foram consagrados para o uso sagrado no templo, imagine de você e de mim, que fomos selados pelo Espírito Santo. Quando o Espírito Santo nos selou, Deus estava dizendo: "Eu coloquei uma aliança em você. Você é minha esposa, minha noiva, de exclusividade minha." O texto diz: "Nós somos povo de propriedade exclusiva de Deus." Nós pertencemos a Deus de forma especial; somos o Seu tesouro precioso. Isso é tanto um privilégio quanto uma grande responsabilidade. 


Você é povo de propriedade exclusiva de Deus. 


E qual é o propósito de tudo isso? Qual é o propósito de sermos raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus? Ele diz no versículo seguinte, 1 Pedro 2:9: "A fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz." Ele fez de você uma nação santa, um sacerdócio real, propriedade exclusiva de Deus. Para quê? Para que você proclame as virtudes daquele que o chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Para que você seja um proclamador de Suas virtudes. Você deve ser um proclamador das virtudes, do poder e da grandeza de Deus. Você deve ser um evangelizador.


Nossa identidade em Cristo nos chama a testemunhar sobre o poder transformador de Deus. Deus transformou sua vida? Agora, você precisa transformar isso em testemunho. O texto diz que antes estávamos nas trevas, mas agora estamos na luz. Fomos alcançados pela misericórdia de Deus, e essa misericórdia deve ser proclamada ao mundo. Se você descobrisse a cura do câncer, ficaria em silêncio ou contaria ao mundo que tem a cura do câncer? O que você faria? Mas você tem a cura! Você descobriu a cura para o pior de todos os cânceres, que é o pecado. A Bíblia diz que o pecado é o opróbrio das nações. Todo casamento destruído foi por causa do pecado; toda família destruída foi por causa do pecado.


O pecado é a origem de todo mal, mas a Bíblia diz que, em Cristo Jesus, temos restauração, perdão dos pecados, reconciliação com Deus e vida eterna. Isso é poderoso! Fomos chamados para proclamar isso. 


Mas, às vezes, ficamos com vergonha. Não queremos falar porque temos vergonha. Temos vergonha de ser rejeitados, de sermos confundidos com religiosos fanáticos, etc.... Não temos vergonha de falar de futebol, de negócios, do nosso time preferido. Não temos vergonha de falar de política, de nossos estudos, de nossos planos para o futuro. Mas temos vergonha de falar de Jesus. Temos vergonha de falar da única solução que pode mudar a história deste planeta, das pessoas e do nosso pequeno mundo ao nosso redor, que é Jesus.


Queremos viver uma fé de agente secreto, como um 007 de Jesus. Queremos viver uma fé escondida, como a de Nicodemos, que foi buscar Jesus na calada da noite sem que ninguém o visse. Vivemos uma fé assim, como a de Nicodemos, que não se expõe, que não nos traz riscos, que não nos coloca em perigo. Queremos viver uma fé sem riscos. 


Precisamos entender que Deus nos chamou e fez de nós raça eleita, sacerdócio santo, nação santa, povo adquirido, de propriedade exclusiva, para que possamos proclamar as virtudes do nosso Senhor. Para que sejamos proclamadores. E não fazemos isso apenas no prédio da igreja. 


Nossa conversa diária não precisa ser fanática, mas, ao conversar com um amigo, podemos introduzir os assuntos do Reino de forma natural. Faça uma oração. O pessoal na academia já descobriu que, qualquer coisa, pode me chamar para orar. Quase sempre eu oro na academia. 


Sempre alguém vai lá e diz: "Pastor, ore por mim." E eu já disse isso a vocês: quando alguém me pede oração, eu não digo "vou orar por você depois." Não, eu oro na hora, seja no meio da rua, dentro do ônibus, no avião, na academia, onde for. O povo fica olhando, se perguntando o que está acontecendo, se ali virou um culto. E eu digo que sim, virou.


Precisamos fazer a diferença onde quer que estejamos. O povo do mundo não tem vergonha das piores baixarias, mas nós temos vergonha de Jesus. Não é verdade? Precisamos anunciar as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Não podemos ter vergonha do nosso Senhor. Precisamos pedir a Ele que nos dê coragem, ousadia e intrepidez para proclamar com poder a Palavra de Deus, anunciando ao mundo as coisas boas e grandiosas que o Senhor fez em nossas vidas. 


Nesse texto, o apóstolo Pedro nos lembra quem somos em Cristo: somos pedras vivas, edificadas sobre a pedra angular, que é Jesus Cristo. Somos sacerdotes santos, chamados a oferecer nossas vidas como sacrifício espiritual para Deus. Somos uma raça eleita, uma nação santa, um povo de propriedade exclusiva de Deus. Que essa identidade nos impulsione a viver para a glória de Deus, proclamando Suas virtudes ao mundo. Que possamos lembrar, todos os dias, que fomos chamados das trevas para a Sua maravilhosa luz, e que nosso chamado é ser um testemunho vivo da graça e da misericórdia de Deus em nossas vidas. Amém?


Como o texto diz: Antes, vocês nem eram povo, mas agora são povo de Deus; antes, não tinham alcançado misericórdia, mas agora alcançaram misericórdia” (1 Pedro 2:10).



Se você acha que não tem mais nenhum motivo para agradecer a Deus, se pensa que nada em sua vida está bom, lembre-se de que foi chamado e alcançado por essa graça maravilhosa. Isso já é motivo de sobra para render graças a Deus. 



Glória a Deus. Coloque a mão no coração e peça ao Espírito Santo que aplique essa palavra em seu espírito. A princípio, recebemos a palavra com o intelecto, digerindo-a no cognitivo, em nossa interpretação lógica. Mas precisamos digerir a palavra em nosso espírito, para que ela gere mudança e transformação em nossas vidas. 


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