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segunda-feira, setembro 16, 2024

CONFIE EM DEUS QUANDO VOCÊ FOR MALTRATADO

 CONFIE EM DEUS QUANDO VOCÊ FOR MALTRATADO 

Por Josivaldo Oliveira


"Servos, sede submissos com todo temor ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso. Porque isto é grato: que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente por motivo da sua consciência para com Deus. Pois que glória há se, pecando e sendo esbofeteado por isso, o suportais com paciência? Se, entretanto, quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o suportais com paciência, isto é grato a Deus. Portanto, para isso mesmo fostes chamados, pois também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos. Ele não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca. Quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente. Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas fostes sarados. Porque estáveis desgarrados como ovelhas, mas agora vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma." (1 Pedro 2:18-25)


ORAÇÃO:


"Pai, essa é a tua bendita palavra que acabamos de ler. Pedimos ao teu Espírito Santo que fale ao nosso coração através dela. Que, por meio da tua palavra, sejamos edificados e ministrados. Que o Senhor possa falar conosco poderosamente. Em nome de Jesus, oramos assim para tua glória. Amém. Glória a Deus!"


INTRODUÇÃO

Desde os estudos anteriores, estamos trabalhando essa parte específica da carta de Pedro, que trata sobre submissão. Falamos sobre submissão às autoridades no estudo anterior, e hoje entraremos um pouco mais na questão da submissão em relação ao trabalho. Nos próximos estudos, falaremos sobre submissão no casamento e na família, e, finalmente, sobre a submissão ao Senhor de forma geral. 


JESUS, EXEMPLO DE SUBMISSÃO


Este texto fala sobre o princípio da submissão e coloca Jesus como o exemplo maior desse princípio. Isso é lindo, porque, na cultura em que vivemos, a submissão muitas vezes é vista como algo negativo. Não é verdade? Por exemplo, quando orientamos, pelas Escrituras Sagradas, que os filhos devem ser submissos aos pais, muitos enxergam isso como algo opressor. Dizem: "Não, eles têm sua própria personalidade, têm direito à privacidade e não devem obediência." Da mesma forma, quando falamos sobre submissão às autoridades governamentais, há questionamentos, porque vivemos em uma época em que se prega muito a ideia de anarquia, de que não devemos nos submeter à autoridade alguma. Mas a Bíblia nos ensina o contrário: devemos obedecer as autoridades, a menos que elas deem ordens que vão diretamente contra os mandamentos de Deus (Atos 5:29).


A Bíblia também nos ensina sobre submissão no casamento. Em Efésios 5:22 é dito que a esposa deve se submeter ao marido. E aí, novamente, há resistência. Sempre que se fala de submissão, há uma luta interna, uma guerra, porque, como disse no estudo anterior, nós, por natureza, somos inclinados à rebelião, à desobediência, à insubmissão. Isso é fruto da nossa herança de Adão. Desde o Éden, Adão foi o primeiro a se rebelar contra Deus, declarando independência. Herdamos essa natureza de insubmissão, e, por isso, a Bíblia trabalha tanto essa questão, porque Deus quer moldar nosso caráter.


A submissão não é sinônimo de inferioridade. A Bíblia nos mostra, tanto neste texto quanto em Efésios, que o maior exemplo de submissão é Cristo. Ele se esvaziou de sua glória, conforme Filipenses 2:5-11, e se tornou humano. Ele foi obediente até a morte, e morte de cruz. Jesus, sendo igual ao Pai em poder e divindade, se submeteu ao Pai. Isso não o torna inferior, mas revela a profundidade do seu caráter e sua obediência.


Imagine Jesus, o Verbo que criou todas as coisas (João 1:1-3), tornando-se um bebê (João 1:14), sujeito aos seus pais terrenos. A Bíblia nos conta em Lucas 2:51, que ele era submisso a eles. O Verbo de Deus, que criou o universo, as estrelas, as galáxias, tornou-se um feto no ventre de Maria e depois um bebê, sujeito ao cuidado de seus pais. À medida que crescia, ele continuava submisso. Quando questionado sobre pagar o imposto a César, ele respondeu: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus." Ele seguiu as leis de sua época, mostrando que mesmo Ele, enquanto humano, se submetia às autoridades terrenas.


PARA TER AUTORIDADE, É NECESSÁRIO ESTAR SOB AUTORIDADE


Um exemplo marcante de submissão é o do centurião romano, que disse a Jesus: "Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; dize apenas uma palavra, e o meu servo será curado." O centurião explicou sua lógica: "Eu sou um homem sob autoridade, e tenho soldados sob minhas ordens. Eu digo a este 'vai', e ele vai; e a outro 'vem', e ele vem." Ele reconhecia que, para ter autoridade, é necessário estar sob autoridade. E isso é algo que todos precisamos entender. Para exercer autoridade, devemos primeiro aprender a nos submeter.


Jesus é o nosso maior exemplo de submissão. E nós, como seus seguidores, precisamos seguir os seus passos, em todas as áreas da nossa vida. 


Porque há pessoas que querem exercer autoridade sem se submeter à autoridade. Nós precisamos entender que, para exercer autoridade, precisamos estar debaixo de uma autoridade. A primeira e principal de todas é Deus. Mas, após o Senhor Deus, temos outros níveis de autoridade a que devemos nos submeter. Isso não é desvantagem, nem algo negativo. Isso não significa ser inferior, ao contrário, é bênção para nossas vidas. Porque um dos propósitos da autoridade é nos guardar e nos proteger, e Deus usa as autoridades para isso.


A SUBMISSÃO DOS SERVOS EM RELAÇÃO AOS SENHORES

Aqui no versículo 18, do texto que lemos em 1 Pedro 2, o apóstolo aborda essa questão da submissão dos servos aos seus senhores. Ele diz: "Servos, sede submissos, com todo o temor, ao vosso senhor, não somente se for bom e cordato, mas também ao perverso."


Para você ter uma ideia, no período em que Pedro escreveu esta carta, o Império Romano tinha aproximadamente 60 milhões de escravos. Os "servos" mencionados no texto eram, de fato, escravos. Esses escravos vinham de todas as partes conquistadas pelo império. E, como já disse, não eram apenas escravos de trabalhos pesados ou braçais. Havia escravos que eram médicos, filósofos, professores e doutores em diversas áreas. No entanto, eles foram conquistados pelo Império Romano e, por isso, tornaram-se escravos.


O império invadia vilarejos, cidades, nações, e os sábios, os doutores, também eram levados como escravos para servir no império. Para você ter ideia, havia mais escravos do que cidadãos livres. A mentalidade dos romanos era a seguinte: os escravos eram meras ferramentas de trabalho. Para os romanos, os escravos não tinham alma, nem valor humano; eram apenas ferramentas.


Eles acreditavam que havia dois tipos de ferramentas: as ferramentas inanimadas, como picaretas, martelos, machados, etc… e as ferramentas animadas, que incluíam os cavalos, bois e, claro, os escravos. Estes últimos eram vistos apenas como ferramentas com vida, sem nenhum valor humano ou espiritual.


SENHORES E SERVOS TÊM O MESMO VALOR PARA DEUS


Mas, quando o cristianismo começou a crescer e a Palavra de Deus começou a ser pregada, muitos escravos começaram a se converter. Na igreja, esses escravos encontraram um novo status, pois o Evangelho os colocava em pé de igualdade com seus senhores. 


Aprendemos que "senhor", na Bíblia, não é apenas um título de respeito; significa "dono". Agora, esses escravos eram colocados em igualdade com seus senhores, pois, para Deus, o valor de uma alma humana não depende de sua condição social ou status. Para Deus, todo ser humano é importante, pois foi criado à Sua imagem e semelhança.


A igreja, através do Evangelho, igualava todos diante de Deus, mesmo que isso não mudasse a condição social dos escravos imediatamente. No entanto, havia um perigo nisso. Qual era o perigo? O exagero.


Como disse no estudo anterior, toda doutrina pode ser deturpada. E qual era o exagero de muitos servos e escravos? Pensavam assim: "Já que o evangelho nos coloca em condição de igualdade com nossos senhores, podemos nos rebelar contra eles. Podemos nos insurgir e desobedecê-los."


E então Pedro escreve para dizer exatamente o contrário: Não, vocês não podem se rebelar. Vocês precisam ser submissos. “Servos, sede submissos com todo o temor ao vosso senhor, não somente se ele for bom e cordato, mas também se for perverso."


Olha que palavra forte! Quem seriam os "servos" hoje? Claro que, hoje, não temos a servidão nesses termos. Não temos mais escravos, graças a Deus, pois o Evangelho, à medida que foi crescendo e influenciando as gerações, promoveu a libertação. Essa libertação, que aconteceu ao longo da história, foi promovida justamente pelo conhecimento e revelação do Evangelho, que ensinou a igualdade entre os seres humanos.


Mas Pedro está dizendo que precisamos nos submeter. Não nos rebelar. Ele diz que, se você for submisso e obediente como cristão, isso será uma ferramenta que Deus usará para converter seus senhores, (patrões) ou aqueles em posição de autoridade acima de você.


Pedro afirma que não devemos ser submissos apenas aos que são bons e cordatos, mas também aos perversos. Mesmo aquele que é mal, que trata você com desumanidade, deve receber sua submissão. E ele explica o motivo no versículo 19: "Porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente por motivo da sua consciência para com Deus."


QUANDO FOR MALTRATADO CONFIE EM DEUS

Pedro está dizendo: Vocês vão se submeter a esses senhores, não apenas aos bons, porque submeter-se ao bom é fácil. Mas vocês precisam se submeter também ao perverso. Por quê? Por causa da sua consciência para com Deus, como cristãos transformados pelo poder do Evangelho, mesmo sofrendo injustamente, vocês decidirão dar um bom testemunho. Vocês decidirão se submeter, não por causa do senhor (patrão) em si, mas por causa de Deus.


Pedro diz: "Que glória há se, pecando e sendo esbofeteados, suportais com paciência?" Ele está fazendo um contraste: se você sofre por sua própria culpa, por seu próprio pecado ou erro, não há glória nisso. Mas, se você sofre injustamente por causa da sua fé e da sua consciência para com Deus, isso trará glória para você.


Por exemplo, alguém que cometeu um crime e sofre a penalidade não pode dizer que esse sofrimento traz glória para ele. Por quê? Porque está sofrendo as consequências do seu próprio erro, das suas próprias ações.


Agora, o contrário: se alguém está sofrendo injustamente por causa de sua consciência para com Deus, pelo temor que há em seu coração em relação ao Senhor, pelo peso da glória que está em sua vida, e essa pessoa enfrenta injustiças no trabalho, na família ou em qualquer outro ambiente, mas suporta tudo com paciência, isso sim, traz glória. Essa pessoa ora: "Senhor, Tu és o meu juiz. Senhor, Tu és o meu advogado. Senhor, confio em Ti. Não vou agir pela minha própria força, não vou me vingar; entrego tudo em Tuas mãos." Quando essa pessoa suporta com paciência, por temor a Deus, a Bíblia diz que isso resulta em glória.


“Porque que glória há se pecando e sendo castigado, suportais isso com paciência?" (v.20) Não há glória em sofrer pelas nossas falhas. Se, no entanto, ao praticar o bem, suportamos sofrimento com paciência, isso é grato a Deus. Portanto, não há glória em sofrer pelas nossas falhas, consequências de nossa rebeldia ou pecado. Não há mérito nisso; é apenas correção (Hebreus 12:5-11). 


Mas, se você sofre por fazer o bem, por seguir aquilo que sua consciência, diante de Deus, lhe manda, e se esse sofrimento ocorre por injustiça, por causa do temor do Senhor em seu coração, não se preocupe. A Bíblia diz que isso é grato diante de Deus. Jesus também nos ensinou isso com outras palavras, como está escrito em Mateus 5:12: "Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram os profetas que foram antes de vós."


Se você está fazendo o que é correto, seguindo o que a sua consciência, iluminada pelo Espírito Santo, manda, e sofre injustamente, seja por calúnia ou perseguição, e ainda assim suporta com paciência, confiando na intervenção de Deus, a Bíblia diz que isso é grato a Ele. Sua paciência se torna uma virtude, uma prova de perseverança no Senhor, e isso será recompensado.


No verso 21, Pedro continua: "Porquanto, para isso mesmo fostes chamados." Que chamado dolorido, não? Ele está falando do sofrimento injusto, e agora diz que fomos chamados para isso. Como cristãos, somos chamados a suportar, muitas vezes, o sofrimento injusto. E por quê? Porque se você é luz, as trevas vão tentar atacá-lo o quanto puderem.


A Bíblia deixa claro que, se fôssemos do mundo, esse sistema de coisas nos amaria, nos aplaudiria. Mas, porque fomos tirados do mundo, porque o Senhor nos resgatou, o mundo faz o quê? Ele persegue, calunia, bate sem piedade. Se você sofre injustiça por amor ao Senhor, a Bíblia diz que isso trará recompensa.


JESUS É O NOSSO EXEMPLO


"Porquanto, para isso mesmo fostes chamados, pois também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo, para seguirdes os seus passos." Pedro está falando aqui sobre sofrimento. Agora, precisamos entender que nem todo sofrimento é da vontade de Deus para nós.


Jesus deixou claro: perseguições e provações podem ser permitidas por Deus em nossas vidas. Mas, como eu disse, há sofrimentos que não precisaríamos passar. Sofrimentos que nós mesmos cavamos, que permitimos em nossas vidas. Este tipo de sofrimento a que Pedro se refere, é chamado de sofrimento redentivo.


Por exemplo, um missionário que saiu do Brasil e vai, conscientemente, para um país que persegue a igreja. Ele sabe que, ao chegar lá, corre o risco de ser preso, de morrer, simplesmente por ser cristão e pregar o evangelho. Ele sabe disso, mas vai mesmo assim, por amor ao Senhor, por convicção do chamado e por amor às almas daquele lugar. Se ele sofrer qualquer tipo de injustiça por pregar o evangelho, isso é o que chamamos de sofrimento redentivo, o mesmo tipo de sofrimento que Jesus passou.


Jesus não sofreu por ser rebelde ou revolucionário, como alguns achavam. Não. Ele não sofreu por desobedecer a lei ou causar desordem. O sofrimento de Jesus foi redentivo, pois Ele sofreu por amor às nossas almas, por amor ao Pai, por convicção do chamado que o Pai Lhe deu. Ele experimentou injustiça por amor a nós.


Então, quando você sofre injustiça pelos mesmos motivos que Jesus, a Bíblia diz que você está seguindo Seus passos. Pedro continua: "Para isso fostes chamados, pois Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos o exemplo para seguir Seus passos."


Jesus é o nosso maior exemplo de submissão, e neste texto Ele é apresentado como exemplo de sofrimento redentivo. Eu estou explicando o que é o sofrimento redentivo para que possamos entender que nem todo sofrimento é a vontade de Deus para nossas vidas. Existem sofrimentos desnecessários.


O povo de Israel não precisava passar 40 anos no deserto. Era para ser um período curto de aprendizado. Mas eles foram teimosos, rebeldes e murmuradores, e, por isso, tiveram que ficar 40 anos no deserto. Esse sofrimento foi resultado da desobediência. Deus disse que cada dia de rebeldia seria um ano no deserto. E foi assim que 40 dias de rebeldia resultaram em 40 anos de deserto.


“Durante quarenta anos vocês sofrerão a consequência dos seus pecados e experimentarão a minha rejeição; cada ano corresponderá a cada um dos quarenta dias em que vocês observaram a terra.” (Números 14:34)


O deserto não é um lugar para morar. Ele é apenas a escola do Espírito Santo. É um tempo de aprendizado. Até Jesus foi levado ao deserto, mas, ao contrário de Israel, Ele passou apenas 40 dias lá, o tempo necessário para aprender o que o Pai queria ensinar (Mateus 4:1-11, Lucas 4:1-13). “Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu” (Hebreus 5:8)


Existem sofrimentos que são desnecessários, e Deus só os permite para nos tratar, caso sejamos desobedientes. Quanto mais rápido aprendermos a obedecer e a nos submeter, mais cedo sairemos do deserto. Mas, se insistirmos em ser rebeldes, desobedientes, e teimosos, podemos prolongar esse sofrimento, de maneira desnecessária.


A Bíblia nos mostra que Jesus deixou o exemplo do que é sofrer. E por que Ele sofreu? Porque era rebelde? Não. Porque era ladrão? Não. Porque era assassino, adúltero ou desonesto? Claro que não. O sofrimento que Jesus passou foi o chamado "sofrimento redentivo". É o tipo de sofrimento que enfrentamos por sermos fieis a Deus, ao chamado Dele em nossas vidas e ao amor pelas almas. 


Esse tipo de sofrimento é inevitável. Quando somos fieis à proposta de Deus, enfrentamos dificuldades. Pedro nos explica isso ao detalhar o sofrimento que Jesus enfrentou por amor a nós. No versículo 22, ele afirma: "O qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou na sua boca". Jesus não sofreu porque pecou. Não houve dolo, ou seja, engano, nas suas palavras. Embora os fariseus O acusaram de ser um enganador, a Bíblia deixa claro que tudo o que Ele falava era verdade.


Mesmo assim, Jesus foi ultrajado, caluniado e levado à cruz. Não porque fez algo errado, mas porque proclamava a verdade e era a própria Verdade encarnada. “Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça.” Este é o exemplo que Jesus nos deixou.


Muitas vezes, nós, ao sermos maltratados, queremos nos vingar. Nossa natureza humana é vingativa. Se alguém nos machuca, nossa tendência é retribuir com mais força, mais raiva. Isso faz de nós piores do que o agressor. Quando buscamos a vingança, tomamos o lugar de Deus, que é o único Juiz verdadeiro. Deus conhece todas as coisas, inclusive as intenções do coração. Quando confiamos Nele, Ele aplica justiça na medida certa, enquanto nós exageramos.


Lembro-me de uma história de um homem que foi cobrar uma dívida e o devedor saiu armado, pronto para matá-lo. O cobrador, furioso, planejou se vingar, comprou uma arma e decidiu matar o devedor. Mas, antes de agir, foi a um culto. Lá, Deus usou um servo que, sem conhecê-lo, falou diretamente com ele: "Deus manda te dizer que você não deve fazer o que está planejando, pois destruirá sua vida, sua família e seu casamento. Deixe que Deus resolva". O homem se arrependeu, voltou para casa e não cometeu o crime. Pouco tempo depois, o devedor foi preso, e Deus fez justiça.


Se aquele homem tivesse agido com vingança, teria destruído a própria vida e a de sua família. Quando tentamos fazer justiça com nossas mãos, geralmente agravamos a situação. Por isso, Jesus nos ensina a confiar em Deus. Mesmo quando somos maltratados no trabalho, na família ou em qualquer outro ambiente, precisamos entregar nossa causa a Deus. Ele é o Juiz justo.


JESUS SOFREU EM NOSSO LUGAR


No versículo 24, Pedro nos lembra que Jesus carregou em seu corpo, na cruz, os nossos pecados. Ele, que não cometeu pecado, sofreu injustamente por nós. Levou sobre si nossa maldade, mentiras, adultérios, desonestidades, e todas essas coisas foram julgadas sobre Ele, para que nós, mortos para o pecado, pudéssemos viver para a justiça. Jesus suportou o sofrimento redentivo até o fim, como sacrifício pelos nossos pecados. 


Que exemplo mais poderoso podemos seguir? Jesus, que em tudo foi obediente, nos mostra que a justiça de Deus sempre prevalece. 


Jesus levou sobre si, ali no madeiro, todas essas coisas. E todas essas coisas foram julgadas sobre Ele, ali na cruz. Ele foi morto injustamente em nosso lugar, como sacrifício diante do Pai pelos nossos pecados. O texto diz: "Para que nós, mortos para o pecado, vivamos para a justiça; por suas chagas fostes sarados". Então, uma vez que Cristo morreu, nós, como cristãos, morremos com Ele. Mas para quê? Para o pecado! Nós precisamos morrer para o pecado.


Dentro desse contexto, vamos pensar. Imagine que alguém fez algo terrível, cometeu uma grande injustiça contra uma pessoa. Agora, essa pessoa que sofreu a injustiça morreu e está num caixão. Tem como essa pessoa, que está no caixão, levantar-se para se vingar? Não, porque está morta! Assim, a Bíblia nos ensina que precisamos estar mortos para o pecado, mortos para o nosso desejo de justiça própria, mortos para o desejo de vingança, mortos para o impulso de resolver tudo com as próprias mãos. Precisamos estar mortos para essas vontades malignas. Devemos estar mortos para o pecado e vivos para a justiça. Mortos para o pecado e vivos para Deus.


É isso que nós precisamos, por causa de Jesus e daquilo que Ele fez. O texto diz: "Por suas chagas fostes sarados". Pelas feridas de Jesus, fomos curados, não apenas em nosso corpo físico, mas também em nossa alma, em nossa mente, em nosso espírito, em nosso interior.


O PODER TRANSFORMADOR DE TER UM ENCONTRO COM JESUS


É impossível alguém ter um encontro verdadeiro com Jesus e não ser transformado. Por que as pessoas não mudam? Porque elas têm um encontro com a religião, com a denominação, com um lugar, ou com outras pessoas, mas não têm um encontro com Jesus. Porque no dia em que você tem um encontro verdadeiro com Jesus, você muda. Não que você se torne perfeito, pois ninguém é perfeito, mas você começa a mudar. O Evangelho transforma o nosso interior de dentro para fora. Ele provoca essa mudança dentro de nós (Romanos 1:16). 


Nosso desafio é permitir que o Espírito Santo, por meio do Evangelho e da presença de Jesus em nossas vidas, nos mude e nos transforme, para que haja essa mudança visível em nossas vidas. Eu tenho falado isso repetidamente: a maior propaganda da igreja, a maior propaganda do Evangelho, são vidas transformadas. Eu preciso permitir que o Evangelho me transforme a tal ponto que a minha vida atraia outras pessoas para Jesus.


JESUS, PASTOR E BISPO DA NOSSA ALMA


No verso 25, ele conclui: "Porque estáveis desgarrados como ovelhas; agora, porém, vos convertestes ao Pastor e Bispo da vossa alma". Todos nós estávamos desgarrados como ovelhas, ovelhas sem pastor, perdidos no mundo espiritual, vagando sem destino, sem saber qual era o nosso futuro eterno, sem esperança, sem propósito. Vivíamos uma vida fútil, sem sentido, vazia, como ovelhas desgarradas, sem uma direção para nossas vidas.


Mas a Bíblia diz que, uma vez que nos convertemos, o Senhor se tornou para nós o nosso Pastor e o Bispo da nossa alma. Pastor é aquele que cuida, que apascenta. A Bíblia diz: "O Senhor é meu pastor e nada me faltará". O pastor é aquele que nos guia para pastos verdejantes, que nos alimenta espiritualmente com a Palavra, que consola e edifica. O pastor cuida, apascenta. E Jesus, uma vez que nos convertemos, se tornou o Pastor da nossa alma, aquele que cuida, que apascenta, que nos guia e alimenta.


E o texto diz mais: Ele também se tornou o Bispo da nossa alma. A palavra grega para Bispo é "episkopos", que significa supervisor, mas também protetor, aquele que oferece proteção. Então, Jesus não é apenas aquele que cuida de nós como Pastor, mas também é o Bispo, o supervisor, o protetor da nossa alma. Ele é quem oferece proteção para nós. Que coisa maravilhosa!


CONCLUSÃO:


Portanto, dentro desse contexto de submissão e de sofrimento injusto por amor ao Senhor, temos o exemplo de Cristo, aquele que sofreu e carregou em seu corpo os nossos pecados, nossa injustiça. Ele se tornou para nós Pastor e Bispo, protetor e supervisor. E, em outras palavras, Ele está nos dizendo: "Confia em mim. Eu vou conduzir você, mesmo que esteja sofrendo injustamente, sendo perseguido e caluniado. Eu vou ser o seu Pastor, vou conduzir você a pastos verdejantes e águas de descanso. Eu vou proteger você, vou cuidar de você, vou colocar óleo nas suas feridas, porque é isso que o Pastor faz".


Jesus está nos chamando para confiar Nele. Ele será o nosso advogado, a nossa Justiça, a nossa bandeira de vitória, o Senhor dos Exércitos na nossa vida. Ele vai guerrear por nós, cuidar de nós, porque a Bíblia diz que nós, como servos do Senhor, somos “a menina dos olhos de Deus".


E você sabe o que é a menina dos olhos? A menina dos olhos é a parte mais sensível do olho. A Bíblia diz que nós somos a menina dos olhos de Deus. Deus tem um cuidado especial com os Seus filhos, irmãos. Então, precisamos confiar Nele. Deixe Deus agir em você e por você. Deixe Deus guerrear por você, defender você. Porque se você se defende, Deus não pode te defender. Se você se apoia na sua própria inteligência, Deus não pode ser o seu sustento. Apoie-se na sabedoria do Senhor, e não na sua própria. Deixe Deus ser Deus na sua vida. 


DOAÇÕES

IGREJA MINISTÉRIO SHALLOM











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